Uma jovem de 23 anos, suspeita de ter assassinado seu ex-companheiro, se entregou na Delegacia de Polícia Civil em Santa Terezinha na tarde dessa terça-feira, 9. Ela estava acompanhada de seu advogado.
O crime, no qual ela é investigada, ocorreu no dia 14 de novembro de 2017, em um estabelecimento comercial localizado no bairro Grajaú, zona Leste, e a jovem teria assassinado seu ex-companheiro, um investigador da Polícia Civil de 57 anos.
Conforme o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, a jovem fez uso do direito constitucional de permanecer em silêncio durante o depoimento e deverá se pronunciar na frente do juiz. “Ela foi submetida ao exame de corpo de delito e em seguida encaminhada à Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires”, afirmou o delegado.
O pedido de prisão preventiva da suspeita foi decretado no dia 18 de dezembro, cerca de um mês após o crime. “O homicídio ocorreu na madrugada do dia 14 de novembro, por volta de 2h. Foram efetuados três disparos: um acertou a cintura da vítima e o outro de raspão no braço, o que nos leva a crer que ele tentou se proteger”, relatou Rolli. O terceiro tiro acertou a parte superior do crânio do policial. “O que nos demonstra que se trata de uma execução e não que ela teria agido em legítima defesa”, ressaltou o delegado descartando esta hipótese.
Além do laudo de necropsia, que auxilia na sustentação do caso e descarta a possibilidade de a suspeita ter agido em legítima defesa, os investigadores ouviram uma testemunha, ex-marido da jovem, que estava do lado de fora do local do crime, acompanhado da filha deles, de cinco anos. “Em seu depoimento, ele relatou que a vítima entrou [no imóvel] depois da suspeita e a arma de fogo estava na cintura do investigador. Houve uma discussão e, logo depois, a testemunha ouviu um disparo e em seguida a voz da vítima pedindo por socorro, e depois mais dois disparos”, narrou Rolli.
Outro fator importante, de acordo com o delegado, é que o policial teria ensinado a jovem a manusear arma de fogo. “Alguns meses antes, ele foi atrás dela no bairro. A jovem estava na rua jogando bets quando o policial chegou e a ameaçou de morte. Ela conseguiu se apoderar da arma, que estava na cintura, e apontou para ele. Foi necessário intervenção da Polícia Militar (PM) para contê-la. Foi feito o registro do fato, mas ele não quis dar andamento ao procedimento policial”, finalizou.