De tempos em tempos ouvimos falar que o mundo vai acabar… e para nós que estamos vivos, percebemos que apesar de convalescente ele ainda não acabou. Aliás, para esse fim de ano, além de não haver nenhum augúrio apocalíptico, o contrário está para acontecer: estamos diante de uma conjunção raríssima que conspira para que o Ano Novo seja o melhor de todos os tempos.

É uma condição mágica do calendário gregoriano. Veja bem: qual o melhor dia da semana para começarmos uma promessa, uma nova dieta, ou cortar algum vício? Segunda-feira, não é verdade?! E qual o melhor dia do ano, dentre os 365, para iniciarmos nossas promessas de mudanças de vida e de hábitos? Dia 1º de janeiro, certo? Agora pegue sua folhinha e assombre-se: reparou que o dia 1º de janeiro cairá em uma segunda-feira?! Ou seja, os astros estão conspirando para sua vida mudar para melhor…

Mas aí entra uma grande questão: há como mudar de vida sem deixar para trás a vida antiga? Podemos mudar se mantivermos os mesmos hábitos, conceitos e preconceitos?

Ou seria como a música Drão do Gilberto Gil:
“Tem que morrer pra germinar…
Plantar nalgum lugar…
Ressuscitar no chão”

A vida nova não surge grande e resplandecente de uma hora para outra, mas, como qualquer criança, primeiro é um projeto, depois um grão, depois há uma dura caminhada pela noite escura até germinar… e ainda há muita energia e cuidado a ser despendido até que se chegue ao apogeu.

Talvez aí um erro que temos ao fazer nossos projetos de fim de ano (ou de segundas-feiras): achamos que basta desejar que a coisa aconteça, no momento da virada, como um passe de mágica.

Ao longo desse ano, dando aula de história do Renascimento para a Arquitetura, aprendi o contrário: Houve um período clássico (greco-romano) que morreu e deu lugar à Idade Média, que por sua vez também acabou e deu espaço para o Renascimento, que deu espaço para o Barroco, que também precisou morrer para surgir o Neo-Clássico.

Observando a história percebi que todos os estilos morreram, mas deixaram algum legado para o período posterior, e renasceu aperfeiçoados, outro ciclo adiante. Assim também acontece com a semente, que muitas vezes precisa esperar a árvore matriz morrer para germinar, trazendo em si informações da matriarca.

O novo, na verdade, só dará certo, se for planejado enquanto o antigo ainda existe. Planejar o novo ano, com a experiência adquirida do passado. É como Janus, uma divindade da mitologia romana, que tem duas faces na mesma cabeça, uma velha (olhando para o passado) e uma nova (olhando para frente)… Dele vem o nome Janeiro.

Esse artigo é sobre o fim dos tempos (antigos), para o começo de um novo tempo. É uma saudação a essa nossa natureza de poder renascer sempre… e sabermos morrer para isso.

Esse artigo é, também, uma celebração ao encerramento da versão impressa do Diário Regional. Isso mesmo: esse impresso que você conhece não existirá mais em 2018, e tenho a honra de participar do fim desse ciclo… Fim para um novo começo que vem por aí: mais moderno, democrático, acessível, digital, muito melhor!

Bom renascimento a todos neste novo ano que se inicia!

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