O Parlamento Europeu realizou nessa segunda-feira, 18, um debate no condado de Yorkshire para discutir as implicações do Brexit para o setor agrícola. O painel, que reuniu acadêmicos, políticos, produtores e representantes de sindicatos de fazendeiros, refletiu as incertezas sobre o futuro das relações comerciais da Grã-Bretanha com a Europa.
O evento ocorre em contexto de muitas dúvidas sobre as implicações do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit. Vários setores serão afetados, desde ciência e pesquisa até indústria e universidades, e ainda não se sabe quais repercussões que a saída do bloco pode ter para o mercado e para o bolso dos consumidores.
De acordo com o Parlamento Europeu, foram discutidas as implicações do Brexit sobre o emprego, se o processo será desafiador ou se trará novas oportunidades para os trabalhadores do setor agrícola. Também foi debatido o impacto que uma possível insegurança no emprego pode ter para a saúde mental dos trabalhadores. Segundo Guy Poskitt, um produtor local de cenouras, existe uma grande dificuldade em se recrutar mão de obra britânica, uma vez que dois terços dos trabalhadores vêm de toda a UE.
Além disso, foram debatidos os efeitos na cadeia de fornecimento de alimentos, visto que o Reino Unido importa grande quantidade de produtos da União Europeia e o país pode ter de lidar com a falta de acordos com a UE.
Do ponto de vista do consumidor, a manutenção dos altos padrões alimentares da UE e a certificação dos produtos locais é primordial. Esses padrões não só garantem a mesma qualidade dos produtos vendidos em toda a UE, mas também atuam como portas de entrada para o mercado interno agrícola.
Segundo o Parlamento Europeu, se o Reino Unido deixasse o mercado único e a união aduaneira, e abandonasse os padrões alimentares da UE, isso poderia privar seu setor agrícola de um mercado de exportação crucial. As dúvidas sobre o futuro relacionamento comercial da Grã-Bretanha com a Europa tornam difícil o planejamento e a adaptação às próximas mudanças.
Fonte: Agência Brasil