Imagine a cena: um avião acaba de pousar e milhares de fãs se aglomeram, em furor, esperando a grande estrela descer.

Assim que aparece, gritos histéricos podem ser ouvidos. Faixas com o nome do grande ídolo são levantadas. Tietes desmaiam de emoção. Quando acena para a multidão, então, a comoção é grande… mais desmaios.

No Rio, compareceram mais de 1 milhão de pessoas. Em Lisboa e Nova York o número foi além de 20 milhões em cada cidade. Em Barcelona já foram arrastadas mais de 30 milhões de pessoas atrás de sua arte.

E esses números não param de crescer. Talvez isso explique toda a comoção envolvida por onde passa esse brilhante artista espanhol!

Sabem de quem estou falando? Alejandro Sanz? Julio Iglesias? Luis Fonsi, autor do hit Despacito? (se bem que esse é portorriquenho)

Claro que não. Estou tratando do Calatrava… Santiago Calatrava.

Não conhecem?
Ele é do mesmo tipo de artista daquele outro. O segundo brasileiro a ganhar o prêmio Oscar, Paulo Mendes da Rocha, em 2006.

Ainda não reconheceram?
Então vamos ao primeiro brasileiro a ganhar um Oscar, que é reconhecido mundialmente, que também atrai milhões de pessoas, o famosíssimo Oscar… Oscar Niemeyer. Vencedor do prêmio Pritzker, o Oscar da Arquitetura, de 1988.

Sobre aquela multidão ensandecida comentada no início?…
Não era para nenhum desses arquitetos, mas para um cantor de uma musiquinha da moda qualquer que, por coincidência, veio no mesmo avião do famoso arquiteto espanhol. Mas os números descritos representam a quantidade de visitantes que as obras de um único arquiteto já recebeu: Santiago Calatrava.

Para esse não havia multidão, apenas um motorista com uma plaquinha na mão: Mr. Calatrava, que o motorista aguardava eufórico, achando que recepcionaria o Mr. Catra.

A arquitetura e o urbanismo são artes que levam grandes impactos às cidades. Movimentam várias camadas econômicas da sociedade enquanto estão sendo construídas e transformam positivamente seu entorno depois de prontas.

A boa arquitetura movimenta sobremaneira o turismo, levando milhões de pessoas para conhecê-las. Cidades inteiras foram alavancadas em função do turismo em torno das grandes obras arquitetônicas ou urbanísticas. Vide Barcelona pós Olimpíada, por exemplo.

No Rio, já cheio de belezas naturais e obras icônicas, surgiu um novo museu que movimenta milhões de pessoas (no Brasil?).

Quem ainda não ouviu falar da fantástica obra arquitetônica do Museu do Amanhã?

E do Calatrava? Quem já ouviu falar?
Santiago Calatrava foi exatamente o arquiteto dessa obra. Assim como autor de várias outras obras icônicas ao redor do mundo, que também atraem milhões de turistas anualmente.

Da mesma forma que ele, diversos outros arquitetos são responsáveis diretos pelas melhorias das cidades e pelo alçamento econômico e estético das mesmas. Muitas vezes tiram uma comunidade inteira do ostracismo e alavancam-na, elevam-na.

Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Gaudi emprestaram sua genialidade “anônima” para tornar as cidades mais belas, eficientes, funcionais… É assim a profissão dos arquitetos, dos mais aos menos renomados, entregando sua arte ao bem comum (mesmo quando projetam apenas casas particulares).

As faixas, histerias, desmaios são para aqueles que conhecemos o nome, mas muitas vezes não lembramos ou nem sabemos o que fazem.

Para os arquitetos o nome se vai com o vento, mas ficam as obras, que, muitas vezes, transpassam o tempo e continuam criando encanto, algumas vezes, durante milênios. Não é assim com as milenares pirâmides do Egito, do famoso arquiteto… errr… ahn… qual o nome mesmo? Imhotep!

Esse artigo de hoje então, sem histeria, sem faixas e sem desmaios é uma justa homenagem a esses anônimos fantásticos: os arquitetos.
Dia 15/12 foi o seu dia! Parabéns!

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