Economista sugere incentivo à poupança como estabilidade econômica no futuro

Especialistas apontam que são necessários incentivos do governo e de empresas para os hábitos de poupança mudem. Políticas como a de países nórdicos, que obrigam a previdência privada ou como nos EUA, em que a adesão ao fundo de pensão das empresas é automática ajudariam a incentivar a população brasileira.

Para Ricardo Brito, do Insper, o imediatismo e a baixa instrução financeira revelada pela pesquisa Datafolha indicam a necessidade dessas políticas. Na pesquisa, só 14% dos empregados registrados ou servidores disseram ter previdência privada.

O economista Paulo Costa, doutorando em economia, analisa que mudanças são necessárias, já que há características do país que são contrarias à poupança. “Há universidades públicas gratuitas. O sistema de aposentadoria é um dos mais generosos do mundo. E o sistema de saúde, embora falho, existe e atende parcela da população”, ressaltou.

Poupar é difícil para todos, diz o professor da Universidade de Zurique Guilherme Lichand. “Mesmo executivos e professores universitários tem dificuldade de tomar essas decisões como deveriam, já que o custo de poupar cai no presente, e os benefícios só aparecem no futuro”.

O estudo feito por Ricardo Brito, do Insper mostrou imediatismo forte em todas as faixas da população, mas maior entre os menos escolarizados e menos ricos. Uma explicação pode ser a “psicologia da pobreza”. “A preocupação com as contas no fim do mês captura atenção, memória e controle de impulsividade, fazendo focar o curto prazo e cometer erros que perpetuam a pobreza”, afirma Lichand.

O economista está por trás de um dos primeiros projetos-piloto de acompanhamento na esfera federal. Cerca de mil beneficiários do Bolsa Família recebem mensagens de celular para melhorar o uso do dinheiro e estimular a poupança.


 Fonte: Da redação/Colaboração




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