PF investiga origem de R$5 milhões em notas falsas apreendidos com empresários em Juiz de Fora

Dois homens foram apreendidos na tarde desta quarta-feira, 29, após tentarem depositar aproximadamente R$5 milhões de reais em notas falsas em uma agência da Caixa Econômica Federal, no centro de Juiz de Fora.

De acordo com informações da Polícia Militar (PM), os dois indivíduos, que são pai e filho, possuem 31 e 64 anos e chegaram até a agência com duas malas contendo as notas para realizarem um depósito. As malas estavam trancadas com cadeados, um dos indivíduos tentou abri-las, mas não conseguiu, então solicitou uma tesoura emprestada e as rasgou.

No momento em que recebeu as notas, o funcionário do caixa registrador desconfiou da origem do dinheiro e acionou a gerente do banco, que por sua vez, chamou a Polícia Militar (PM) até o local a fim de apurar o caso.

Em relato a PM, o homem de 64 anos informou ser empresário nos ramos de transportes, venda de gás carbônico e venda de açúcar, na cidade de Recife, Pernambuco, e que se encontrava em dificuldades financeiras. Assim, o filho de 31 anos, que também integra a mesma empresa, decidiu procurar agentes financeiros a fim de solucionar o problema. Há cerca de dois meses foi até a cidade de São Paulo para consulta com agentes financeiros.

Um dos agentes convidou o homem a uma reunião em Brasília, na qual participaria um possível investidor financeiro para a empresa.

Na reunião foi informado ao empresário, que para que conseguissem o empréstimo, de no mínimo R$5 milhões de reais, a empresa teria que adiantar pelo menos 20% do valor total em dólares, além de colocar um bem imóvel no valor total do empréstimo, em nome dos credores.

Após a reunião o empresário retornou a Recife a fim de providenciar os documentos necessários para receber o empréstimo.

Foi levantado o dinheiro solicitado pelos credores em reais, e posteriormente a quantia foi trocada em dólares em uma empresa de câmbio de Recife.

Uma aeronave particular foi alugada a fim de fazer o transporte da quantia até Juiz de Fora, local de encontro para a entrega da quantia ao então investidor financeiro para a empresa.

Já em Juiz de Fora, foi acordado entre os empresários de Recife e o investidor, um encontro dentro de uma agência da Caixa Econômica na Avenida Rio Branco.

O investidor convenceu os empresários de que a transação não deveria ocorrer no interior da agência bancária, devido a possibilidade de serem surpreendidos pela Receita Federal. Ele, juntamente com um homem não identificado, estacionaram um veículo similar a um veículo da marca Passat com vidros escurecidos, no estacionamento em frente a agência da Caixa Econômica Federal. Pai e filho entraram no carro e entregaram o valor aproximado de U$290.000,00 dólares, que estava no interior de uma mochila preta, referente a entrada do empréstimo.

Em contrapartida, o investidor entregou as duas malas, contendo o valor de R$5 milhões ao empresário. O empresário relatou a PM que no instante da troca, as malas foram abertas rapidamente e trancadas rapidamente em seguida, com cadeado.

Após a troca os empresários se dirigiram a agência da Caixa Econômica para realizarem o depósito, momento em que foram apreendidos e encaminhados para a Polícia Federal (PF).

Em contato com Carlos Henrique Macedo, Delegado da Polícia Federal, o mesmo informou que as notas foram apreendidas e lacradas, e serão encaminhadas à perícia para verificação de autenticidade. Entretanto, tudo indica que, de fato, são falsas, devido à numeração de série que se repete.

O Delegado ressaltou que o dinheiro, que chega ao valor de R$5 milhões e meio, estava separado por blocos e que as primeiras e últimas cédulas de cada montante aparentavam ser verdadeiras, diferentemente das demais cédulas.

Em depoimento à PF, pai e filho afirmaram que foram vítimas de um golpe, e mediante o relato, inicialmente razoável, foram liberados. Eles seguirão à disposição da Polícia na continuação das investigações.

A Polícia Federal afirma que as investigações já começaram, através de buscas pelos nomes citados pelos empresários e apuração dos fatos relatados pelos mesmos.

Os próximos passos serão buscar a origem das cédulas falsas, localizar quem as produziu, descobrir se há mais notas falsificadas distribuídas pelo mercado ou prestes a serem distribuídas e localizar os suspeitos de praticarem o golpe.

O representante da Caixa Econômica Federal também já foi ouvido pela PF.




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