“A vida não é como argila. Ela é como o aço que deve ser forjado” – assim dizia Emerson. Não se deve subestimar a vida. Por mais habilmente que uma pessoa consiga interpretar textos, seus conhecimentos serão inú-teis se não passarem de meras teorias; ao ser lançada na correnteza da vida, a pessoa acabará naufragando.
O monge Takuan assimilou verdadeiramente o zen quando atingiu o estado espiritual em que o caminho da espada e o do zen se tornaram um só e conseguiu vencer o eximi o espadachim Yagyu Tajima. Esta vida não deve ser temida, tampouco subestimada. Dizem que, quando um professor de Técnica de Comércio se envolve em atividade comercial, em geral acaba fracassando. Em se lratando de professor de religião, se ele sofre esse tipo de Fracasso, o seu aprimoramento espiritual ainda é insuficiente. Certa pessoa disse: “Se um empresário abraçar uma religião, seus empreendimentos crescerão; mas se um religioso se dedicar a um empreendimento, nem sempre conseguirá êxito”. Essa afirmação contém uma advertência sobre a qual os religiosos devem refletir.
Quem despreza a força do inimigo será por ele der-rotado. Subestimar a vida é o mesmo que menosprezar a capacidade do adversário. A vida não deve ser subes-timada, mas não estou dizendo que devemos temê-Ia. O que eu quero dizer é que o homem precisa conhecer a si próprio, o adversário, a hora e o lugar. Aquele que não conhece a adequação pessoa, lugar e hora está sujeito à derrota. Conhecer a pessoa, isto é, o ser humano, significa reconhecer a capacidade e o temperamento próprios e também os do outro. Conhecer o lugar significa discernir se o lugar é o adequado ou não para concretizar determinada ação. Conhecer a hora significa saber se o momento é apropriado para agir ou não; uma diferença de dez minutos pode acarretar um grande lucro ou uma grande perda numa transação comercial.
Conhecer a adequação pessoa, lugar e hora – isso é ter sabedoria.