Considerados os melhores amigos do ser humano, cães e gatos são sempre procurados para serem agregados à vida familiar. Entretanto, nem todos têm final feliz. A Organização Mundial da Saúde estima que, só no Brasil, haja mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo dez milhões de gatos e 20 de cães. E muitos desses animais passam a vida aguardando adoção. No Canil Municipal de Juiz de Fora, atualmente, há cerca de 480 cachorros e 60 gatos, além de equinos e muares nesta situação. Localizado na Rua Bartolomeu dos Santos, no Bairro São Damião, o canil recebe e recolhe apenas animais em situação de risco.
Em 2015, o Canil Municipal passou por reformas nos boxes de convivência dos cães, bem como a construção da nova sede administrativa, atendendo, assim, algumas necessidades físicas do espaço. O canil, hoje, tem 79 baias de cães e quatro de gatos.O espaço conta com ambulatório e refeitório para os 30 servidores do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) que trabalham no local, bem como banheiros feminino e masculino, além de depósitos de ração.
Oferecendo, assim, melhores condições de trabalho para os servidores e conforto para os animais. São consumidos por dia 18 sacos de 15 quilos de ração, totalizando cerca de 270 quilos por dia do produto.
Os animais de rua doentes e acidentados são recolhidos pelo setor e passam por avaliação. E podem ser encaminhados para uma das três clínicas conveniadas (Pronto Vet, Estrada Real e Veterinária Santa Luzia) quando é verificada a necessidade de cirurgia, exames e internação, entre outros.
Quando é notado que o animal necessita apenas de atendimento ambulatorial, como curativos, pontos e tratamento de sarna, ele écuidado diretamente no canil, com o veterinário do local, Fábio Valverde: “Diariamente acompanho e oriento os servidores no tratamento dos animais, fazemos uma avaliação geral no canil, visitamos todas as baias na parte da manhã, para verificar se há algum animal ferido ou que tenha se machucado durante a noite”. Nos períodos da manhã e tarde é realizada a troca de curativos no ambulatório e medicação dos animais em tratamento.
Doenças
Por recolher e atender animais que se encontram em estado de risco, doenças como parvovirose e cinomose são as grandes inimigas de qualquer espaço que cuide de animais, pois são doenças contagiosas. Aqueles que têm baixa resistência, como os filhotes, são os mais suscetíveis a contraírem a doença, diferentes dos adultos, mais resistentes. Os tratamentos dessas enfermidades são demorados e custosos, levando animais a óbitos.
Processo de adoção
O Canil Municipal tem rígido processo para adoção. Questionários são respondidos, a fim de identificar o adotante que realmente deseja ter um animal, e que este seja o ideal para o mesmo, evitando assim o abandono ou o retorno. As adoções são monitoradas pelo Departamento de Controle Animal (Dcan), e é possível visitar os animais que estão para adoção de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 10h30 e das 13 horas às 15h30.
O mecânico Rafael Paggiole visitou o Canil Municipal nesta quarta-feira, 1°: “É a primeira vez que venho. Achei bem estruturada e organizada a divisão dos animais. Eu iria comprar um cachorro, mas foi minha irmã que teve essa ideia de vir ao canil, e foi ótimo: só vindo ao local você percebe a necessidade de adoção de animais, quantos aguardam essa oportunidade. Então, adotamos uma cachorrinha para ficar na nossa casa. Tínhamos uma de 17 anos, que morreu, e essa vem para fazer companhia para a minha mãe”.
São organizadas também feiras de adoções em locais públicos ou em particulares, que oferecem parceria ao canil. São selecionados cerca de dez gatos e 20 cachorros, de pequeno e médio portes, e suas histórias são compartilhadas com os interessados em adotar. Todos os animais adotados são identificados, por isso a importância do processo seletivo mais rígido. Os cães são chipados, e para adoção de equinos e muares é necessária comprovação de espaço para criação dos mesmos.
O canil está sempre disponível em caso de problemas com o animal, como adoecer em até 15 dias após adoção. O cuidado continua apósa adoção. Todos os animais saem do canil castrados – os que não estão castrados já saem com data de castração agendada, pois o adotante assina um termo de compromisso de castração.
Como ajudar?
Servidor do Demlurb há mais de 30 anos, João Batista da Costa sabe muito bem o caminho para melhorar a vida dos animais do canil: “É ser adotado. É a população vir ao canil para ver que temos um carinho muito grande por todos os animais, são nossos melhores amigos e estão sempre com a gente. Gosto de trabalhar com isso, me sinto feliz aqui. As pessoas devem visitar o canil para ver que os animais são bem tratados, e decidir adotar para oferecer aquilo que os animais merecem que é carinho”. O servidor destacou ainda que “as pessoas precisam saber que não devem abandonar os animais só porque estão velhos ou doentes.”
A melhor forma de ajudar o canil e os animais que lá vivem é divulgando os eventos de adoção e aconselhando amigos que desejam adotar animais. O canil está de portas abertas às pessoas que desejam apenas o melhor para os animais que ali estão, para as pessoas que desejam conhecer verdadeiramente o local e que reconheçam que, apesar de todas as dificuldades que animais abandonados e locais que os abrigam passam, o trabalho é realizado da melhor maneira possível, por pessoas que amam o trabalho que executam. Para maiores informações, o telefone do Canil Municipal é o 3690-3591.
Fonte: Assessoria