Neste domingo, 5, os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) vão encarar o primeiro dia de provas. Além das questões de múltipla escolha relacionadas a Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, e Ciências Humanas, os estudantes vão se deparar com uma das partes mais importantes e determinantes no Exame: a prova de redação! Ela sozinha vale 1000 pontos e uma boa nota pode ser o passaporte para a Universidade.

Por isso, na coluna de hoje, o professor Marco Antônio “Macarrão” dá algumas dicas para a elaboração dos textos, dando uma força para que os candidatos alcancem seus sonhos!

 

CONSTRUINDO UM BOM TEXTO

O dia de hoje não é um dia fácil para os candidatos do ENEM. Possivelmente, muitos não dormiram tão bem, talvez tenham passado a semana inteira não dormindo tão bem! E essa é uma realidade com a qual já imaginavam lidar: nervosismo, ansiedade, medo, um certo alívio, enfim uma mistura de sensações! E como reagir? Ou melhor, como agir? Vamos pensar em algumas hipóteses!

No dia da prova, é importante que os candidatos não ‘inventem muita moda’, pois mudar totalmente suas estratégias hoje, agora, pode resultar em complicações! Então, vamos trabalhar algumas dicas pontuais que possam ajudar, sem que o estudante altere de forma muito acentuada aquilo que já traz consigo!

Uma boa introdução costuma garantir um bom texto, desde que o autor seja fiel a ela. Uma maneira inteligente e eficaz de iniciar o texto é retomar as palavras-chave da proposta temática. Como fazer isso?

Imaginemos que a proposta da prova seja a seguinte: ‘O fascismo não morreu no pós-II Guerra Mundial. Ele sobrevive hoje nas franjas da sociedade. Se, por uma confluência de fatores, ele voltasse a assumir o poder em algumas regiões do mundo ocidental, certamente ele não voltaria em sua forma clássica’ (por João Fábio Bertonha – adaptado).

Tomando-se o tema acima como motivador, consideremos a elaboração de um texto dissertativo acerca do seguinte tema: As faces da intolerância na contemporaneidade.

Como seria retomar as palavras-chave? Simples! Basta trazer o trecho destacado inteiro! Por exemplo: “São muitas as faces da intolerância na contemporaneidade e essa é uma questão preocupante. Há várias atitudes e comportamentos assumidos por pessoas e grupos que chegam a nos remeter ao fascismo, ainda que de uma forma diferente da clássica, adaptado aos novos tempos”.

Essa introdução cumpre seu papel, e, ainda que não seja brilhante, ela não perde em nada!

A partir daí, partindo da introdução, o candidato deve abordar, no desenvolvimento, faces da intolerância que vemos hoje. Seriam exemplos mesmo, casos concretos que ilustrassem a intolerância. Nota-se que o núcleo da expressão (do sintagma nominal) é “faces”, ou seja, plural, então é preciso citar ao menos duas faces da intolerância.

Vencida a introdução, vamos partir para uma orientação fundamental: a questão da proposta de intervenção. Como já se sabe, há uma competência que sozinha vale 200 pontos e que julga especificamente a proposta de intervenção. Embora essa proposta tenha provavelmente seu ápice na conclusão, ela deve ser construída ao longo de todo o texto.

A proposta de intervenção, para alcançar nota máxima, não irá simplesmente brotar no último parágrafo. Ela deverá vir sendo construída passo-a-passo, minuciosamente, em cada parágrafo do texto. Uma solução estanque tem pouco valor para o examinador. Então, o candidato deve trazer mini soluções ao longo do texto que sustentarão uma solução maior, final.

Ainda quanto à proposta de intervenção, é preciso ser razoável, maduro e equilibrado. O candidato não é obrigado a concordar com pensamento de direita ou de esquerda, isso é lenda! Ele deve se preocupar tão somente com o respeito aos direitos humanos (podendo o examinador zerar ou não a redação, de acordo com a decisão judicial à época). Isso sim é sério e mostra se o candidato é maduro, sensato, razoável e equilibrado. Nossos textos dizem muito sobre nós! São quase testes psicotécnicos!

Outra questão importante é a proposta de ações concretas: fugir um pouco ao senso-comum é uma boa estratégia, pois apenas falar em conscientização é um pouco “mais do mesmo”. Pode-se incluir a conscientização no repertório, mas ações concretas são indiscutivelmente necessárias em propostas de intervenção satisfatórias! Logo, o uso de alguns verbos, como FAZER e IMPLEMENTAR, corroboram esse intuito.

Todas essas dicas já ajudariam muito na elaboração da redação e não se trata de nenhuma mudança impossível de se efetivar de última hora.

Uma excelente prova para todos!




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