A conta de luz vai ficar mais cara em novembro. O aumento ocorre em virtude da aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que eleva em R$5 cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A determinação parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que alega que os reservatórios das principais hidrelétricas do país estão com pouca água.
A alta reflete principalmente a estiagem nas regiões Sudeste/Centro-Oeste do país. Os reservatórios dessas localidades estavam com pouco mais de 17% da sua capacidade de armazenamento.
O consumidor já sente no bolso o custo da energia mais cara. É o caso de Sônia Dacorso. Proprietária de padaria há 50 anos, ela precisou adotar estratégias para que os acréscimos na conta de luz não impactassem nos negócios. “Nosso forno é elétrico, fica ligado quase que pelo dia todo. Esses aumentos constantes têm mexido com o nosso orçamento. Até então, trabalhávamos em dois turnos: diurno e noturno. Mas agora estamos buscando alternativas para economizar energia, e uma delas foi o encerramento da atividade noturna. Como o forno está ligado durante o dia, estamos concentrando a produção do dia e da noite em um só período. Acredito que isso trará economias”, admite.
A dona de casa Rosane Almeida, de 58 anos, alega que o maior problema é a surpresa na conta no fim do mês. “A gente não sabe o quanto vai pagar de luz. Cada mês é uma bandeira, um aumento diferente, que aperta no orçamento familiar. É uma forma injusta de cobrar pela energia utilizada. Em casa, a gente tenta reduzir no que pode, troca lâmpadas, diminui o tempo do banho, tudo para economizar”, reforça.
CEMIG DA DICAS
O desperdício de energia elétrica ainda é um dos principais fatores que encarecem a conta de luz dos consumidores de todas as regiões do país. Um balanço divulgado recentemente pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), mostrou que, nos últimos três anos, mais de 140 mil gigawatts-hora (GWh) foram desperdiçados, energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 500 mil pessoas. Somente no ano passado, o estado de Minas Gerais desperdiçou mais de 5 mil GWh de energia, representando perda de R$2,4 bilhões, que poderiam ser destinados para outras áreas.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ressalta que uma série de medidas pode diminuir o consumo e o valor da conta. De acordo com o técnico do Sistema Elétrico da Companhia, Marco Aurélio da Silva, o chuveiro elétrico é o grande vilão do consumo energético dentro de uma residência. “O fato de ‘virar a chave’ do equipamento para a posição verão pode proporcionar economia de até 30% no consumo final. Banhos curtos podem diminuir ainda mais o preço da conta. Estudos mostram que um banho ideal deve durar, no máximo, sete minutos. Em tempo superior a isso, a pessoa estará desperdiçando energia e água”, afirma.
O técnico da Cemig reforçou, ainda, que a eletricidade consumida por aparelhos eletrônicos no modo de espera pode representar um acréscimo de até 15% na conta de energia elétrica. No entanto, o consumidor tem a chance de evitar o desperdício com uma pequena mudança de hábito. “Desligar os equipamentos elétricos da tomada quando eles não estiverem sendo utilizados, os receptores de TV por assinatura, os computadores, televisores, carregadores de celular, entre outros, certamente apresenta grande economia na fatura do fim do mês”, alertou Silva.
Ao adquirir um novo equipamento, é importante optar por aparelhos que tenham o selo Procel ou a etiqueta do Inmetro com a letra ‘A’, pois são equipamentos mais eficientes. Outra dica é a substituição de todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED. “Elas são mais eficientes e podem promover uma redução de consumo de 80% a mais que uma lâmpada incandescente”, finalizou