Em assembleia geral realizada na manhã desta segunda-feira, 23, no anfiteatro do anexo do Instituto de Ciências Biológicas, os técnico-administrativos em educação (TAE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aprovaram paralisação para o dia 27 de outubro.
Os TAEs já estão em “Estado de Greve” a partir de hoje conforme decidido na última assembleia. Trata-se de um alerta aos governantes, indicando que a qualquer momento, poderão deflagrar greve por tempo indeterminado.
Marcada para a véspera do dia do Servidor Púbico, a paralisação do dia 27 compõe o Dia Nacional de Mobilização em Defesa do Serviço Público, com a construção de atos e paralisações nos estados de forma unificada. Em Juiz de Fora, as atividades serão definidas em reunião realizada na tarde de hoje, entre o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino (Sintufejuf), Associação dos Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes) e Diretório Central dos e das Estudantes (DCE), e discutida posteriormente com o Fórum Sindical e Popular de Juiz de Fora.
A decisão da assembleia foi pautada nas discussões da Plenária Nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Realizada nos dias 21 e 22 de outubro, a Plenária reuniu cerca de 183 delegados de todo o país eleitos em assembleia nas entidades de base filiadas à Federação.
Representando os TAEs da UFJF, participaram quatro delegados, os coordenadores gerais Flávio Sereno e Maria Ângela Costa, e os técnico-administrativos Alessandra Guimarães Efrem (Governador Valadares) e Ronaldo Silva, eleitos em assembleia geral no dia 16 de outubro.
De acordo com o coordenador geral do Sintufejuf, Flávio Sereno, como a Plenária definiu a data de deflagração da greve para o dia 10 de novembro, será agendada uma assembleia para a segunda semana de novembro, porém, se o pacote de medidas do Governo Michel Temer contra a classe trabalhadora for aprovado no congresso, a greve dos TAEs será deflagrada imediatamente. Por isso, a categoria já se encontra em “Estado de Greve”. Para ele, o calendário aprovado na Plenária foi positivo. “A gente conseguiu sair com uma data de deflagração da greve, não para o dia 23 de outubro, como era previsto inicialmente mas para o dia 10 de novembro. Vai ser importante deflagrar nesta data pois é o Dia Nacional de Lutas que as centrais sindicais estão convocando, na tentativa de enfrentar as contrarreformas do governo Temer. Uma categoria importante e grande como a dos técnico-administrativos entrar em greve, reforça a construção de unidade entre as diversas categorias”, avalia.
Conforme o técnico-administrativo Ronaldo Silva, a data de deflagração foi estratégica. “Já são 19 entidades do país em ‘Estado de greve’, as demais, terão tempo para organizar assembleias. Na paralisação do dia 27, vamos demonstrar a insatisfação com os desmontes do serviço público, contra as medidas do governo Temer, que propõe até o retorno do trabalho escravo, e a terceirização. Precisamos mostrar isso para a sociedade, manter em constante mobilização, pois os ataques atingem os aposentados e efetivos”, argumenta.
Devido ao momento de mobilização, a plenária aprovou também o adiamento do XXIII Congresso da Federação, de novembro de 2017 para os dias 06, 07, 08, 09, 10 e 11 de maio de 2018.
Para a coordenadora geral Maria Angela Costa, a plenária foi vitoriosa. “Aprovamos o que a categoria estava esperando, construir uma data após o dia 23 de outubro. Desta forma, temos uma flexibilidade para tentar uma greve unificada do setor público federal ou das demais categorias do setor da educação e a Fasubra”, afirma.
No entanto, Maria Angela ressalta que, caso não seja possível a construção da greve unificada, a Fasubra tem força e capacidade para enfrentar uma greve sozinha. “Não dá para esperar mais. Estamos sofrendo muitos ataques do governo, nossa carreira está ameaçada. O dia 10 é uma data muito importante, pois estarão todas as centrais nas ruas. Vamos colorir o Brasil, com todas as bandeiras em manifestações em todos os estados”.
Além da Plenária, Maria Angela participou também do ato na UERJ no dia 19 de outubro e do II Seminário LGBTI da Fasubra, no dia 20, no Rio de Janeiro.
A coordenadora se solidariza com os trabalhadores da UERJ. “Eles estão ficando sem o básico, sem luz, água, cesta básica, estão sendo despejados, ficando doentes, o que tem prejudicado também a relação familiar”, lamenta. Ela lembra que a UERJ foi a primeira universidade a incluir as cotas raciais, e a primeira a implantar o terceiro turno, com cursos noturnos, ampliando assim o atendimento da população principalmente daqueles que trabalham.
Sobre o II Seminário LGBTI da Fasubra, Maria Angela afirma que superou as expectativas. “Havia tanta gente participando, e as discussões foram tão boas que o seminário não terminou antes de anoitecer. A dinâmica foi muito boa, com palestrantes e discussões em torno do respeito às diferenças. Para aqueles que nunca haviam participado deste tipo de evento, foi possível entender como é cruel a homofobia. Não é opção de ninguém ser heterossexual, gay, lésbica ou trans, mas sim a sua orientação sexual”, explica. O Seminário aprovou a moção de apoio ao estudante Nino de Barros e à Universidade Federal de Juiz de Fora, pela produção do vídeo “Na hora do lanche”, no colégio de Aplicação João XXIII. Participaram do seminário as técnico-administrativas Aline Avellar, Alessandra e Marlene Ribeiro, e as coordenadoras Denise Rodrigues, Elaine Damasceno e Natalia Paganini.
Fonte: Assessoria / Sintufejuf