Um Acordo de Cooperação Técnica foi assinado por oito instituições e traz detalhes minuciosos de formas de atuação na área de inteligência e no planejamento de operações para repressão e prevenção aos ataques de caixas eletrônicos e crimes correlatos em bancos em Minas Gerais.
O documento é a nova “arma operacional” do Governo do Estado no combate a este tipo de ação e também resultado da determinação do governador Fernando Pimentel de atacar e reduzir as explosões de caixas eletrônicos no Estado.
A formalização do acordo de cooperação técnica aconteceu na reunião da Câmara de Coordenação das Políticas de Segurança Pública do Estado desta semana. O documento amarra ações integradas e define papéis e medidas a serem cumpridas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Secretaria de Administração Prisional (Seap), Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar.
O detalhamento do documento é sigiloso, por conter questões de segurança, como medidas a serem adotadas que podem contribuir com a apuração e consequente prisão de envolvidos, forma do fluxo de informações de inteligência, medidas preliminares de prevenção que serão adotadas nas cidades, entre outros. A formatação do acordo, entretanto, dará perenidade ao trabalho focado e voltado para o combate a essa especificidade de crime que afeta, hoje, principalmente o interior do Estado.
O secretário de Segurança Pública Sérgio Menezes, destacou a importância da ação integrada, envolvendo oito instituições, que trará “convergência e ganho em escala de resultados”. A Sesp é a coordenadora das ações conjuntas das instituições na prevenção e repressão de explosões de caixas e do grupo de trabalho voltado para este tema.
“O crime de explosão de caixa eletrônico traz consequências que extrapolam a questão da segurança. Há impactos sociais e econômicos para cidades, muitas vezes pequenas, que dependem daquele terminal que foi alvo de ataque. Nosso foco é sempre reduzir os números, trabalhar cada vez mais para minimizar o impacto para o cidadão. Se temos uma ou 120 ocorrências, nosso esforço será o mesmo.”
Já o Procurador Geral de Justiça de Minas, Antonio Sérgio Tonet, destacou a importância histórica do acordo, ressaltando que o Ministério Público “se orgulha” desta ação que trará impactos para todos os mineiros.
O chefe da Polícia Civil de Minas, delegado geral João Octacílio Silva Neto fez coro, evidenciando a importância do trabalho integrado para obtenção de resultados positivos para o Estado.
PRISÕES E OCORRÊNCIAS
O comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Cel. Helbert Figueiró de Lourdes, anunciou que de 12 de junho a 12 de setembro deste ano, pelo menos 50 pessoas diretamente envolvidas com explosões de caixas eletrônicos foram apreendidas pela Polícia Militar em Minas.
Segundo ele, “os esforços conjuntos de todos os órgãos” já têm mostrado resultados, por meio do mapeamento consistente de envolvidos e da consolidação de ações de reprimem e evitam esse tipo de prática.
“Entre as 50 pessoas com envolvimento em crimes de explosão de caixas eletrônicos, por exemplo, estão dois suspeitos presos em Capitão Enéas, em setembro, com 1 fuzil e duas submetralhadoras, 1 garrucha, 1 espingarda e mais uma pistola. Eles foram conduzidos após perseguição e realização de bloqueios pela Polícia Militar. Com eles havia malotes com dinheiro manchado e, também, dinamites”.
ESTATÍSTICAS ATUALIZADAS
A atualização dos dados de crimes de explosões de caixas eletrônicos, até setembro, também mostra redução de 36,5% nesta modalidade. Enquanto nos nove primeiros meses de 2016 foram 189 ocorrências, no mesmo período deste ano foram 120.
Para ainda mais sucesso na redução das ocorrências, o secretário de Segurança Sérgio Menezes chama a atenção da população para denúncias ao 181 de situações suspeitas. A chamada ao 181 é gratuita e o sigilo é absoluto.
“Comerciantes, donos de hotéis, pousadas, bares, população em geral podem contribuir muito. Devem informar e denunciar quando há uma circulação de pessoas diferentes pela cidade, que chegam com bagagem incompatível com a quantidade de dias que vão ficar na cidade, alugam sítios sem contrato formal, apenas verbal, pagam em dinheiro quantias altas e muitas vezes nem sequer negociadas, entre outras situações. Todas essas informações podem ser determinantes”.
Fonte: Agência Minas