O Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades inicia, na próxima segunda-feira, 23, uma verdadeira maratona do audiovisual em Juiz de Fora, com a projeção de mais de 27 horas de filmes, entre curtas e longas-metragens. Ao longo de toda a semana, o Cinemais Alameda (Rua Morais e Castro, nº300, Alto dos Passos) será a casa do Primeiro Plano, que este ano chega a sua 16ª edição ininterrupta. O festival, que em 2015 foi incluído no calendário oficial de eventos da cidade, consolida-se como uma oportunidade que o público local tem de assistir gratuitamente aos filmes que dificilmente seriam exibidos no circuito comercial de cinema. A cerimônia de abertura acontece na segunda, a partir das 20h, com a exibição do curta “Ainda é cedo”, de Ana Cláudia Ferreira, e do longa “Fala comigo”, de Felipe Sholl, grande vencedor da 18ª edição do Festival do Rio. O filme é estrelado por Denise Fraga, Tom Karabachian e Karine Teles, que estará na sessão de abertura do festival, ao lado do diretor. Para esta primeira sessão do Primeiro Plano 2017, as bilheterias serão abertas com uma hora de antecedência para a retirada gratuita dos ingressos. Os lugares são limitados.
Além de “Fala comigo”, outros cinco longas-metragens – quatro brasileiros e um chileno – serão apresentados ao público ao longo de toda semana. Um deles é “A parte do mundo que me pertence”, do cineasta juiz-forano Marcos Pimentel, destaque da 19ª edição do Festival do Rio, que aconteceu neste mês de outubro. O filme ganhou o troféu Redentor na categoria melhor longa-metragem da mostra Première Brasil: Novos Rumos. Além do troféu, o filme recebeu o Prêmio Petrobras de Distribuição, que garante a exibição em salas de cinema por todo o país.
No documentário, Pimentel acompanha nove pessoas com perfis diferentes, cada uma com um sonho próprio. O diretor tenta entender os combustíveis que nos movem no cotidiano e volta sua atenção para os sonhos e desejos da gente comum, personagens anônimos que não habitam nenhum cartão-postal, nenhuma imagem chave de cidade alguma. O filme retrata os desejos sem julgá-los, pois o objetivo de Marcos Pimentel é chamar atenção para a grandeza das ações de vidas anônimas, mostrando que sonhar faz parte da existência do ser humano. “A parte do mundo que me pertence” será exibido no sábado, 28, às 18h, durante a Mostra Audiovisual de Juiz de Fora, que reúne produções da velha-guarda de cineastas juiz-foranos.
SESSÃO ESPECIAL NA PRAÇA CEU
Antes mesmo da cerimônia de abertura, o Primeiro Plano já enche Juiz de Fora com o espírito da sétima arte. Curtas-metragens premiados nas últimas edições do festival e outros ainda inéditos na cidade serão exibidos gratuitamente no Centro de Artes e Esportes Unificados, conhecido como a Praça CEU, em Benfica. Quatro filmes serão apresentados ao público nesta sexta-feira, 20, às 19h. Os filmes exibidos serão “Araca”, documentário sobre a Aracy de Almeida realizado pelo cineasta Eleques Eiterer; “Barbante”, de Samir Hauaji e Daniel Couto; “Nham Nham”, de Lucas Barros; e “Disfarce Perfeito”, de Jéssica Ribeiro. A sala está sujeita a lotação. A Praça CEU fica na Avenida Juscelino Kubitscheck, nº5.899, bairro Benfica, Zona Norte.
MOSTRAS COMPETITIVAS
Entre terça e sexta-feira, o público poderá acompanhar as mostras competitivas. Na Mostra Competitiva Regional, são 29 curtas realizados por cineastas estreantes e veteranos residentes em Juiz de Fora e Zona da Mata. O melhor curta feito por diretor universitário também concorre ao Prêmio Incentivo Primeiro Plano, que dá ao vencedor R$9 mil brutos para realizar uma nova produção no ano seguinte. Já a Mostra Competitiva Mercocidades exibe 25 filmes dirigidos por cineastas estreantes de outras partes do Brasil, além de países da América Latina. Em ambas as mostras competitivas, os curtas foram finalizados a partir de janeiro de 2016 e têm duração máxima de 20 minutos cada. Para essas mostras, os ingressos podem ser retirados antes de cada sessão, na bilheteria do Cinemais Alameda.
AUDIODESCRIÇÃO E LEGENDAGEM DESCRITIVA
Como uma das novidades para este ano, o Primeiro Plano traz um recurso ainda inédito no festival: a legendagem descritiva. A técnica corresponde à transcrição dos diálogos, efeitos sonoros, sons do ambiente e demais informações da obra audiovisual que sejam relevantes para possibilitar a melhor compreensão da obra, especialmente para surdos e pessoas com baixa audição. O recurso estará presente junto com a audiodescrição, que no ano passado passou a integrar o Primeiro Plano. A audiodescrição é uma narração integrada ao som original da obra audiovisual, contendo descrições de sons e elementos visuais e quaisquer informações adicionais que sejam relevantes para possibilitar a melhor compreensão da obra, especialmente para cegos e pessoas com baixa visão.
Tanto a audiodescrição quanto a legendagem descritiva serão empregadas em filme exibidos na quinta e na sexta-feira, dentro da Sessão Lanterninha, voltada para o público infanto-juvenil. A Sessão Lanterninha, que tem o objetivo de propiciar a educação para o cinema, é voltada para o público em idade escolar, mas é aberta a toda a população. Este ano, são exibidos filmes e animações. Assim como todo o festival Primeiro Plano, a Sessão Lanterninha é gratuita.
Ainda dentro do tema da acessibilidade, o Primeiro Plano traz, pela primeira vez, um encontro sobre Produção em Cinema com Acessibilidade Comunicacional. O evento acontece na quarta-feira, 25, às 10h, no plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora. O objetivo do encontro é apresentar e discutir as possibilidades de produção de obras com acessibilidade comunicacional através da utilização dos recursos como libras, legendagem e audiodescrição. A meta também é incentivar a produção de obras acessíveis, legitimadas e que buscam, dentro do desenvolvimento da linguagem cinematográfica, seu caráter profissional. O encontro ainda busca a divulgação da utilização destes recursos e, consequentemente, promover a inclusão de pessoas com deficiência nas exibições e salas de cinema.
O encontro sobre Produção em Cinema com Acessibilidade Comunicacional terá a participação de três especialistas no tema: Ana Paula Machado, supervisora de desenvolvimento e acessibilidade do Departamento de Políticas para a Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos/JF, coordenadora do núcleo de Acessibilidade da Suprema, professora e intérprete de Libras; Aparecida Pereira Leite, cega em decorrência de glaucoma congênito e consultora em audiodescrição em cinema; e Patrícia Almeida, especialista em Audiodescrição/NGime e Secretaria Nacional de Defesa da Pessoa com Deficiência.
Fonte: Assessoria