Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, desde as 5h dessa terça-feira, 17, o térreo do edifício-sede do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. De acordo com líderes do movimento, mil pessoas provenientes do Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás participam da mobilização, organizada no contexto da Jornada Nacional das Lutas de Outubro, iniciada nessa segunda-feira, 16.
Devido à obstrução das portarias central e privativa e da garagem, diversos funcionários da pasta aguardam, no pátio externo, a liberação do acesso aos escritórios do prédio e uma definição quanto ao início do expediente.
“A jornada tem um único objetivo: exigir do governo o descontigenciamento do orçamento da reforma agrária e da agricultura familiar de 2017 e a reabertura do orçamento de 2018 [quanto às mesmas rubricas]. A proposta que o governo tem submetido ao Congresso é o desmonte total das duas áreas. Em alguns programas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o corte passa de 90%”, diz Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST.
Conceição também informa que é esperada a adesão de quilombolas e indígenas ao ato “unitário do campo”. Outra reivindicação é relacionada à qualidade dos alimentos produzidos no país, que, na sua avaliação, estão inseridos em um modelo que privilegia a utilização do agrotóxico e, com isso, ameaça a saúde da população.
Segundo o tenente Marcus Uítalo, da Polícia Militar, um destacamento de 20 homens faz o policiamento do local, com quatro viaturas. As manifestações ocorrem também em regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de outros estados.
NOTA
Em nota, o Incra afirmou não ter recebido uma pauta nacional de reivindicações e que suas superintendências regionais nos estados estão recebendo as demandas para discussão, tendo sido orientadas a negociar a liberação das unidades ocupadas para normalizar o atendimento ao público.
Procurado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento comunicou que não irá se pronunciar quanto às ocupações e que não mediará acertos com as lideranças dos movimentos.
Fonte: Agência Brasil