Duas pessoas morrem e três ficam feridas após barranco ceder no São Mateus

ATUALIZADO ÀS 21H11, EM 03/10/2017

O Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora foi acionado às 7h50 da manhã dessa terça-feira, 3, devido à ocorrência de um desmoronamento de barranco em uma obra, localizada na Rua Tietê, próximo ao Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, no Bairro São Mateus, região central da cidade. No local está sendo construído um condomínio residencial.

Cerca de 20 operários encontravam-se na obra no momento do acidente. Ao todo, foram duas vítimas fatais, um homem de 39 anos e outro de 48. Outros dois trabalhadores, de 24 e 53 anos, foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) e à Maternidade Therezinha de Jesus, respectivamente. Também foi atendido um quinto operário, que ficou levemente ferido na perna. Os demais funcionários da obra ficaram muito assustados com a situação envolvendo os companheiros de trabalho.

Ao chegar ao local do acidente, a equipe do Corpo de Bombeiros encontrou um dos operários, que já tinha conseguido sair do soterramento, mas estava com muitas dores e ferimentos pelo corpo. Também localizaram, de imediato, outro trabalhador, soterrado até os ombros.

Os bombeiros realizaram procedimentos emergenciais de segurança no local, com fim de retirar o homem soterrado até os ombros, além de iniciarem as buscas por outras duas vítimas, que estavam totalmente cobertas pela terra.

O homem com parte do corpo soterrado foi retirado com vida e algumas escoriações. Os outros dois trabalhadores foram resgatados já sem vida.

De acordo com informações da Tenente Priscila do Corpo de Bombeiros, as vítimas fatais estavam com uma camada de 30 centímetros de terra acima de seus corpos, o que impediu a possibilidade de respiração.

Foram realizados procedimentos de escoramento de emergência no barranco, que ainda corre o risco de ceder devido à uma série de trincas em sua estrutura.

A Defesa Civil esteve no local para fazer uma análise estrutural nos imóveis do entorno, verificando possíveis prejuízos às fundações dos mesmos, e analisar os riscos de novos desmoronamentos. O subsecretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Ricardo de Oliveira, informou que, por medida preventiva, a residência vizinha à obra foi evacuada.

A empresa responsável pela construção e a Secretaria de Atividades Urbanas foram notificadas para eliminar completamente os riscos e orientadas para que os serviços não sejam continuados.

Um engenheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) esteve no local do acidente a fim de avaliar as condições da obra. De acordo com a análise inicial, a mesma estava regularizada, todos os procedimentos de escoramento do entorno haviam sido feitos e as demais medidas de segurança também estavam em dia.

O Prefeito Bruno Siqueira (PMDB) também esteve no local acompanhando os serviços das equipes de resgate.

A Polícia Militar (PM) atuou fazendo o controle da região a fim de evitar a entrada de pessoas no local do acidente. A Polícia Civil (PC) compareceu à obra para realizar as perícias necessárias e, então, liberar a remoção dos corpos das vítimas pela funerária.

De acordo com informações preliminares do Corpo de Bombeiros, a causa mais provável do acidente foi a forte chuva. A grande quantidade de água sobre a área do barranco pode ter sobrecarregado o mesmo, levando-o a ceder.

A equipe do Diário Regional entrou em contato com as assessorias dos hospitais para onde as vítimas socorridas foram encaminhadas, mas até o fechamento desta edição não obteve atualizações sobre o estado de saúde dos operários.

 

CORPO DE BOMBEIROS ALERTA

Entre essa segunda-feira, 2, e a manhã de terça-feira, 3, o Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora realizou sete cortes de árvores caídas em vias públicas e mais três cortes de árvores com risco eminente de queda. Em relação a desabamentos, foi atendida somente a ocorrência no bairro São Mateus.

De acordo com o tenente Da Silva, o período de chuvas mais fortes ainda está por vir e a chuva dessa segunda-feira, 2, foi atípica para esta época do ano. O bombeiro reforçou alguns cuidados em ocasiões de chuvas fortes. Ele destaca que o ideal é não sair de casa, mas, no caso de estar fora de um abrigo, a pessoa deve procurar por algum lugar que ofereça segurança e aguardar a chuva passar.

Da Silva também reforça os cuidados ao dirigir durante tempestades. Ele afirma que o ideal é evitar dirigir ou viajar nesses períodos, mas que, no caso de já estar em via pública ou estrada, o motorista não deve passar em áreas alagadas, onde poderão estar submersos buracos, pontas de paus ou outros obstáculos que colocarão em risco a vida do condutor e dos passageiros.

Para se proteger dos raios, as pessoas devem desligar aparelhos elétricos e eletrônicos nas residências, além de se afastar de janelas. Em vias públicas, não devem ficar próximo a árvores e postes, que atuam como pontos de atração para os raios. Em áreas abertas, não é recomendável ficar em pé, pois, neste caso, a pessoa se torna o ponto que atrairá os relâmpagos. Outra dica é não ter contato com qualquer tipo de material metálico, como alambrados, cercas, telefones e outros.

O tenente também alerta para os perigos do contato com a água durante as tempestades. Logo, as pessoas não devem permanecer em piscinas, rios, cachoeiras e praias durante as chuvas.

A fim de evitar acidentes com desmoronamentos de barrancos e encostas, da Silva alerta para os perigos dos desmatamentos, pois sem a vegetação o solo fica mais fraco e sujeito a ceder. Ele destaca, porém, que deve ser evitado plantar bananeiras nos barrancos e encostas, por se tratar de um tipo de planta que retém água no solo, deixando-o mais propício a deslizar.

Postes de iluminação, árvores e placas inclinadas, portas emperradas e paredes trincadas podem ser alguns sinais de que o solo de uma residência está cedendo. Nestes casos, a orientação do Corpo de Bombeiros é se afastar da área de risco o mais rápido possível, mas sem desespero ou correria.

Por fim, o tenente da Silva reforça que “em qualquer ocasião onde a pessoa possa se encontrar em situação de risco gerada por uma chuva, o foco principal deverá ser sempre a vida. Devemos valorizar a vida”.




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