Desde o último dia 16 de setembro, um grupo de 45 fiéis da Arquidiocese de Juiz de Fora, entre os quais me incluo, fazem romaria para visitar sete santuários na Europa. Tal viagem tem como objetivo celebrar os jubileus de Aparecida, no tricentenário do encontro da santa imagem, e o centenário das aparições de Fátima, em Portugal.
De todos os belos locais e templos pelos quais já passamos em nossa peregrinação, devo ressaltar que não há como não se emocionar em Lisieux! A missa na cripta, onde estão os restos mortais dos pais de Santa Teresinha, São Luiz Martin e Santa Zélia Martin, levou-nos à gratidão a Deus pelo imenso testemunho de uma família verdadeiramente fiel à fé cristã. Um casal santo cujas cinco filhas se consagraram a Deus, quatro como carmelitas e uma como visitandina.
A basílica é um belo exemplo de como evangelizar através da arte, com profusão de mosaicos bíblicos, litúrgicos e catequéticos, tanto na cripta, como no corpo da igreja.
Um altar doado pelos católicos do Brasil chamou à atenção do grupo peregrino, apresentando entalhada a imagem de Nossa Senhora Aparecida e inscrições em português.
Um breve texto em idioma francês mostrava a frase dita por Santa Teresinha: “Quando vim para o Carmelo, foi para a intenção de salvar as almas e, sobretudo, para rezar pelos padres”.
O almoço no refeitório das Irmãs, ao lado do Carmelo contemplativo, foi coberto de alegria, por encontrarmos várias Irmãs Brasileiras de uma Congregação carmelitana, que serviam sorridentes as mesas. Acolheram-nos com cantos, violão e orações em português.
Visitar o museu teresiano, ver objetos, fotos e escritos autênticos da Santinha de Lisieux, terminando com a oração silenciosa diante da imagem dela em posição de falecida, emocionou. Maior emoção foi quando visitamos, em grupos de oito em oito pessoas, Buissinets, a casa paterna de Teresinha, de onde, aos quinze anos, saiu para o Carmelo e nunca mais ali voltou. Andar nos lugares por onde ela corria enquanto criança, no jardim ou no quintal, brincando ou quando se aquietava ao abraço de seu bom pai, já viúvo, para rezar, pareceu voltar ao tempo e conviver, misticamente, com aquela Santa família.
Avistar a Catedral onde foi o seu batismo deixou gravado na íris de nossos olhos as marcas do amor de Deus revelados na alma desta jovem extraordinária que, vivendo apenas 24 anos, conquistou o mundo, sem sair um só dia do claustro, se tornando, contudo, padroeira das missões.
Não se esquecerá jamais que ela, um dia, disse: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!”.
E, no mesmo texto, após ter relatado seus estudos bíblicos, afirmou: “Descobri minha vocação. Minha vocação é o amor!”.
Volta-se de Lisieux mais leve, mais sereno, mais amoroso, pois é impossível ir ao Carmelo e voltar do mesmo jeito que lá entrou.