A pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) em 2016, divulgada nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que, no extrativismo, a produção do carvão vegetal caiu 31,7%, a da lenha, 7,4%, e a da madeira em tora, 7%. Segundo o IBGE, a maior fiscalização e a redução da mão de obra disponível para as atividades explicam a queda.
O valor de produção da extração vegetal nacional totalizou R$4,4 bilhões. Os produtos madeireiros da silvicultura “deram uma segurada” no valor deste indicador da produção primária florestal brasileira, que alcançou R$ 18,5 bilhões, em 2016, com aumento de 0,8% ante o resultado de 2015, disse o supervisor da pesquisa, engenheiro agrônomo Winicius de Lima Wagner.
O segmento de madeira para papel e celulose teve crescimento de 10,8% na produção e de 7,7% em valor de produção, atingindo R$5,2 bilhões no ano. “Como ele tem uma participação significativa na produção florestal brasileira, só na silvicultura, responde por 37,1% do valor de produção e acaba puxando bastante o valor da produção primária brasileira para cima”.
A silvicultura, que representou no ano passado mais de três quartos do valor da produção primária florestal brasileira, correspondendo a 76,1% do total, cresceu 3,2% no valor de produção frente o obtido no ano anterior.
O principal segmento que impulsionou a silvicultura foi o de madeira para papel e celulose, com incremento de 10,8%, em função, principalmente, do crescimento da produção no Paraná, de 43,9%, devido à ampliação do parque industrial no estado. “No setor de madeira para papel e celulose, o Paraná acabou ultrapassando São Paulo, que era o maior produtor até o ano anterior”.
Destaques
Na silvicultura, Wagner chamou a atenção para o carvão vegetal, que tem o principal mercado na indústria siderúrgica. “Como a indústria de siderurgia não teve bom desempenho no ano passado, a produção de carvão vegetal caiu 8%”. O valor de produção caiu 1%. Minas Gerais manteve-se na liderança na produção de carvão vegetal, por estados, respondendo por 80% do total.
Os três estados da Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) lideram a produção de lenha originária de áreas plantadas, com 64,2% do total. O Paraná passou à frente de São Paulo na produção de madeira em tora para papel e celulose da silvicultura, com a Bahia ocupando a terceira posição.
Os produtos não madeireiros do extrativismo, que têm maior relevância na pauta dos produtos florestais, tiveram aumento de 3,2% no valor de produção, que somou R$ 1,6 bilhão.
No grupo de alimentícios, o destaque é o açaí, com maior valor de produção (R$ 539,8 milhões) e crescimento de 12,4% em relação a 2015, apesar de ter registrado retração de 0,2% na produção. A queda na produção foi compensada pela alta de preços, já que a demanda continua elevada, disse Wagner.
Outros produtos importantes foram a erva-mate extrativa, com aumento de 1,7% na produção e pequena queda de 0,1% no valor de produção; e castanha-do-pará, cuja produção caiu 14,7%, afetada por problemas climáticos nos estados produtores. “Mas tivemos um aumento nos preços de mais de 20%, e o valor de produção fechou positivo em 2,7%”, o que significou R$ 110,1 milhões.
O estudo do IBGE mostra que, dos 37 produtos da extração vegetal pesquisados, somente nove apresentaram expansão na produção em comparação a 2015.
Fonte: Agência Brasil