Falta de segurança, acidentes, inundações, preocupação ambiental e desapropriação. Estes foram alguns pontos discutidos na audiência pública realizada nessa quinta-feira, 21, sobre a situação em que se encontra a rodovia BR-440, conhecida como Via São Pedro, na Cidade Alta. A proposição foi feita pelos vereadores Marlon Siqueira (PMDB), Charlles Evangelista (PP) e Mello Casal (PTB). As obras da BR-440, são de origens do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT).
O vereador Marlon Siqueira argumentou que existe uma grande desinformação a respeito da via. “As obras iniciaram em 1981, e desde então, ela inicia e para. Por isso, população precisa saber, o que de fato, está acontecendo e porque as obras estão paralisadas, neste momento”, destacou.
Já o vereador Mello Casal disse que “está previsto a desapropriação de mais de cem famílias daquele bairro. Para onde estas pessoas irão? Não é apenas um dano em perder um patrimônio e sim um dano para vida, pois elas terão que se adequar em um lugar desconhecido”.
O outro proponente da audiência, Charlles Evangelista, salientou a importância em levar a discussão para o Legislativo. “Gostaríamos de ter o poder de resolver todas as questões aqui levantadas, mas não temos. Por isso, trouxemos a discussão para esta Casa. As obras estão paradas há mais de cinco anos e precisamos dar um retorno para os cidadãos”.
A moradora Evandia Aparecida Ricardo enfatizou as perdas ocorridas durante nos 22 anos em que mora na região. “As enchentes são um dos grandes problemas da área. Estamos pedindo socorro. Temos medo e angústia de sair de casa, e quando voltarmos encontrar tudo perdido, porque a chuva entrou e devastou nossos bens. Não é apenas perda material, é perda de sonhos”.
A presidente do Conselho Municipal de Habitação, Letícia Zambrano, mencionou os impactos ambientais que já estão acontecendo no local. “A canalização já não comporta o fluxo atual e a tendência é piorar, caso providências emergências não sejam feitas. As obras nos padrões de BR, também irá aumentar o fluxo de veículos, e os impactos ambientais próximo a represa são inevitáveis.”
Já o presidente da associação juizforana de ciclismo, Pablo Gomes, solicitou segurança tanto para os moradores locais, quanto para os atletas que utilizam a via para treinos e competições. “A prática esportiva é importante na vida de qualquer cidadão, por isso, sugerimos o fechamento da via nos domingos e feriados. Assim, trará segurança aos moradores locais e aos atletas. Nosso intuito é termos uma via com segurança para todos”.
O Secretário de Meio Ambiente, Luiz Claudio Santos, reforçou a importância de um estudo para que não haja um impacto ambiental. “Já houve debates entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e o Departamento Nacional de Infraestrutura de transporte (DNIT), mas este processo de licitação encontra-se em Brasília”.
O Secretário de Transporte e Trânsito (Settra), Rodrigo Tortoriello, frisou que jamais houve omissão do Executivo municipal. “Todas as melhorias quanto a sinalização que foram realizadas no local, foram de origem municipal. Propomos a criação de uma ciclofaixa para o local, mas o DNIT não autorizou tal projeto. Somos vítimas do processo, da mesma forma que a sociedade”.
O engenheiro do DNIT, Abdo Hallack, ressaltou que o DNIT tem suas limitações, mas que todo o projeto será executado. “Somos um órgão executor, não podemos prever mudanças no projetos. Tudo depende de vontade política e da liberação ambiental para retomar as obras. Mas podemos afirmar, que todo o projeto será executado”.
Os vereadores Charlles Evangelista, Marlon Siqueira e Mello Casal, propuseram a criação de comissão juntamente com alguns órgãos e moradores da Cidade Alta, para averiguar de perto o processo de licitação que está em Brasília, além das verbas para conclusão das obras.
Fonte: Assessoria