Governo desbloqueia R$12,8 bilhões do Orçamento

O aumento da meta de déficit fiscal permitiu ao governo liberar R$12,8 bilhões do Orçamento que estavam contingenciados (bloqueados), informou o Ministério do Planejamento. O dinheiro atendera a órgãos públicos em dificuldade.

Atualmente, o governo tem R$44,9 bilhões de despesas discricionárias (não obrigatórias) bloqueadas. A liberação reduziu o volume contingenciado para R$32,1 bilhões. Pela legislação, o governo tem até uma semana para editar um decreto definindo a distribuição dos recursos liberados por ministérios e órgãos.

Na semana passada, o presidente Michel Temer sancionou a lei que aumenta de R$139 bilhões para R$159 bilhões a meta de déficit primário (resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) deste ano. O governo, no entanto, não liberou integralmente os R$20 bilhões por causa de reduções na estimativa de receitas e aumento na previsão com despesas obrigatórias.

As estimativas de receitas líquidas foram reduzidas em R$4,9 bilhões. De acordo com o Planejamento, a queda da inflação (que reduz a arrecadação em valores nominais) diminuirá a arrecadação em R$3,1 bilhões. A previsão de receitas com o Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), também conhecido como Novo Refis, teve queda de R$4,2 bilhões, caindo de R$13 bilhões para R$8,8 bilhões.

A estimativa com a receita de precatórios (títulos emitidos pelo governo para pagar sentenças judicais das quais não cabem mais recursos) caiu R$ 2 bilhões, de R$10 bilhões para R$8 bilhões. A previsão com a renegociação de dívidas de autarquias passou de R$3,4 bilhões para R$1,6 bilhão, queda de R$1,8 bilhão. As quedas foram parcialmente compensadas pela antecipação do pagamento da outorga do Aeroporto do Galeão, que reforçará o caixa da União em R$2,9 bilhões, e pelo aumento da massa salarial, que elevará a arrecadação da Previdência Social em R$1,6 bilhão.

A projeção de gastos obrigatórios subiu R$2,3 bilhões. Desse total, R$2 bilhões referem-se a despesas para manter o gasto mínimo para a saúde estabelecido pela Constituição e R$1,4 bilhão vieram da elevação das estimativas com o seguro-desemprego. Outras despesas tiveram a estimativa reduzida em R$1,1 bilhão, como abono salarial e subsídios. O relatório também revisou, de 3,7% para 3,5% a projeção para a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) em 2017 foi mantida em 0,5%.

Cortes

Por causa do contingenciamento necessário para cumprir a meta fiscal de déficit primário de R$139 bilhões em vigor até a semana passada, diversos órgãos federais passam por dificuldades. As emissões de passaportes pela Polícia Federal ficaram suspensas por quase um mês, por exemplo. Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu o patrulhamento e diversas universidades federais anunciaram que só têm orçamento para se manter até o fim de setembro.

No fim de julho, o governo tinha remanejado R$2,2 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para outros órgãos e áreas considerados essenciais – como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o sistema de controle do espaço aéreo e o combate ao trabalho escravo.


 Fonte: Agência Brasil




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