As sanções impostas aos motoristas por prestarem serviços para a Uber na cidade estão suspensas pela Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A pasta confirmou que cumprirá a determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que, no dia 18 de agosto, liberou o uso do aplicativo em todo o estado.
Embora a Lei 13.271, sancionada em 2015 pelo prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que proíbe o transporte remunerado de pessoas em veículos particulares cadastrados através de aplicativos dentro cidade, estar vigente, um Projeto de Lei (PL) de autoria do vereador Charlles Evangelista (PP) tramita na Câmara Municipal, com intuito de legalizar a Uber em Juiz de Fora. A proposta do parlamentar, protocolada no dia 21 de agosto, pretende se alinhar à decisão do TJMG, mas ainda não tem previsão de ir para votação no plenário. Com isso, a cidade segue sem a regulamentação do serviço.
UBER SE TORNA ALTERNATIVA À CRISE
Ativa em Juiz de Fora desde dezembro de 2016, a Uber se tornou opção para quem perdeu empregou ou está à procura de renda extra. Contudo, para o empresário e motorista da empresa, Alex Cohen, também foi a oportunidade para conhecer novas pessoas e compartilhar conhecimento. “Comecei na empresa em busca da interação com outras pessoas e para adquirir novos conhecimentos. Claro que o dinheiro também é um atrativo, mas acabei aprendendo muito mais coisas”, relata.
Trabalhando como motorista da Uber desde a chegada do serviço na cidade, além de possuir uma empresa, Cohen também promove eventos. Com o aplicativo, consegue em média R$1.000 por semana, dirigindo por uma jornada de cerca de oito horas. Lá se vão quase 10 meses pelas ruas da cidade. “É uma opção flexível. As pessoas podem trabalham quando querem, tiram férias quando querem, se encaixa perfeitamente na rotina de cada um. A ‘grana’ é muito boa, mas a pessoa tem que ser responsável, já que ela é o próprio patrão. Trabalhando com essa rotina, consigo ganhar cerca de R$20 por hora, nos dias de semana e R$50 nos finais de semana. Em outros empregos, você não consegue isso”, ressalta.
CONCORRÊNCIA SAUDÁVEL
Para Cohen, com a liberação do serviço na cidade todo mundo ganha. Além de promover a concorrência saudável entre taxistas e os parceiros Uber, oportunidades de emprego e renda também serão criadas, pois existe espaço para os dois serviços. “Mais de 80% das pessoas são a favor da Uber. Talvez, pela falta de informação, algumas pessoas não estavam utilizando o serviço, mas, hoje, a adesão tem sido maior. Também existe a possibilidade de uma concorrência saudável com os taxistas, pois todos têm o seu público. Aquelas pessoas que não estão habituadas a utilizar o aplicativo ou que não querem esperar, escolhem os táxis, enquanto a gente também tem os nossos clientes. O importante é ter mais mecanismos e opção de locomoção que atendam às pessoas”, lembra.
TÁXISTAS LANÇAM ESTRATÉGIAS PARA CONCORRER COM UBER
Com a chegada do Uber na cidade os taxistas também adotaram estratégias para padronizar o serviço e oferecê-lo de forma qualificada. Além da licitação realizada pela PJF para melhoria e ampliação da frota, em que critérios como a idade máxima de seis anos de fabricação, ar-condicionado, sistema de vigilância por câmeras e taxímetro com biometria, foram solicitados, também foi lançada uma ferramenta parecida com a da concorrente, o aplicativo “Táxi 10”, que, inclusive, oferece 30% de desconto nas corridas solicitadas através do celular. Atualmente, 623 táxis estão em circulação no município.