PC e PM realizam operação conjunta e desarticulam quadrilha que atuava na região

A Polícia Civil (PC) e a Polícia Militar (PM) realizaram uma operação conjunta com objetivo de desmantelar uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas, roubos e homicídios em São João Nepomuceno e região. A ação teve início há três semanas com o trabalho de inteligência das duas instituições e culminou na prisão de nove pessoas e apreensão de entorpecentes, armas e dinheiro, nesta quinta-feira, 14.

De acordo com o major Marcelo Monteiro, subcomandante da 2º Batalhão da PM em Juiz de Fora, o estopim da ação foram os casos de tentativas de homicídios, que teriam ligação com brigas entre gangues, e roubos na cidade de São João Nepomuceno. “Nossa resposta foi um trabalho coeso para identificação dos autores e desarticular essa facção que atuava na cidade”, explicou.

As instituições realizaram uma reunião com o Ministério Público e o Poder Judiciário para traçar o caminho da apuração dos crimes. “Nós fizemos uma espécie de força-tarefa. Após as investigações, realizamos a operação, que foi um sucesso absoluto”, ponderou o chefe do 4º Departamento da Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira. Conforme o delegado, mais de 50 policiais militares e civis atuaram na operação, que foi nomeada de “ROTA 040”, e contou com efetivo de alguns municípios da região, 15 viaturas, helicóptero, drone e cão farejador.

“Desde o início, a PC e a PM, numa união de esforços das duas instituições, começaram a monitorar esses alvos e fazer um levantamento sobre eles”, falou a delegada regional, Patrícia Ribeiro. Após a apuração, foram emitidos seis mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária. “A operação foi um sucesso total. Todos os alvos foram detidos, mas fomos além e prendemos outras pessoas em flagrante”, acrescentou.

 

A OPERAÇÃO

Segundo o major Marcelo Monteiro, os policias iniciaram o monitoramento dos infratores às 18h dessa quarta-feira, 13. Por volta das 6h dessa quinta-feira, 14, eles se dirigiram aos imóveis de propriedade do líder da quadrilha, um homem de 27 anos, onde obtiveram êxito em cumprir o mandado de prisão contra ele e mais dos homens, 21 e 26 anos. “Tínhamos que fazer uma entrada segura, que não oferecesse risco a comunidade”, explicou.

Nessa residência, foram apreendidas armas de fogo, drogas, munições e um veículo, que foi roubado no estado do Rio de Janeiro. “O líder da quadrilha é do Rio de Janeiro e já foi preso diversas vezes”, disse Silveira. Além de liderar a quadrilha, o suspeito era responsável por negociações referentes à compra da droga com os fornecedores fluminenses.

De acordo com a Polícia Civil, neste local funcionava uma “autêntica boca de fumo”, pois continha um espaço para a venda de entorpecentes no varejo e câmeras de monitoramento.

Em seguida, uma equipe foi a outro imóvel, onde prendeu o quatro suspeito, de 25 anos, que também possuía um mandado de prisão em seu nome.
Durante a ação, três mulheres, 19, 24 e 48 anos, e outros dois homens, de 20 e 30 anos, foram detidos. “Eu estive na cidade e a população aplaudiu e nos parou para dar os parabéns”, exclamou o chefe do 4º Departamento da Polícia Civil.

 

MATERIAL APREENDIDO

Além do veículo roubado, os policiais apreenderam cerca de 1 kg de cocaína pura; 23 pedras de crack; sete papelotes e 41 pinos de cocaína; 31 buchas de maconha; uma balança de precisão; material para embalar drogas; 74 munições de diversos calibres; duas pistolas; dois revólveres e aproximadamente R$800.

“O local, que eles utilizavam para esconder os materiais era de difícil acesso. Com a ajuda do cão farejador, nós conseguimos localizá-los”, frisou o major Marcelo Monteiro. “E também, uma roupa que foi encontrada em uma residência já foi identificada que foi utilizada em assaltos”, acrescentou.
O material apreendido vai auxiliar na apuração de outros inquéritos policiais.

Os investigados, com exceção do suspeito de 25 anos, foram autuados em flagrante delito pela prática dos crimes de tráfico de drogas, com pena de cinco a 15 anos; associação para o tráfico, pena de três a dez anos; posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, pena de três a seis anos; e receptação, pena de um a quatro anos.

“A operação foi bem planejada e bem coordenada. Vamos continuar as investigações, pois acreditamos que esse grupo tenha cometido crime em outras cidades”, concluiu Patrícia Ribeiro.

Segundo as autoridades policiais, a quadrilha pode ter agido, além de São João Nepomuceno, nos municípios de Rio Novo, Bicas, Mar de Espanha e Juiz de Fora.




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