O presidente da ONG Em Nome de Minas, Celso Máximo de Oliveira, afirmou a deputados que os moradores da Pampulha e de Venda Nova não têm mais acionado as Polícias Civil e Militar para combater a criminalidade nas duas regiões de Belo Horizonte. A razão, segundo ele, é a morosidade e a falta de resposta efetiva às ocorrências.
A questão pontuou a audiência pública realizada pela Comissão de Segurança Pública, nessa terça-feira, 29, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Celso acusou a Polícia Militar (PM) de omissão, o que estaria deixando os cidadãos em situação de abandono. Para ele, será um desafio recuperar a credibilidade das instituições. “Há uma indústria do crime na região. O número de roubos e assaltos é crescente e as pessoas sequer acionam as polícias porque não acreditam que haverá resposta efetiva”, disse.
O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), lamentou a situação, assim como a ausência da PM na audiência. O parlamentar acusou a corporação de irresponsabilidade, tendo em vista que a solicitação para a reunião teria partido dos próprios moradores.
Para ele, apesar de o governo apontar números de queda na violência, a realidade estaria demonstrando o contrário. “As estatísticas são maquiadas, até pelo fato de as pessoas deixarem de registrar o boletim de ocorrência”, ponderou Sargento Rodrigues. O deputado acredita que o aumento no desemprego e a redução do investimento em segurança são as causas do problema.
O deputado Cabo Júlio (PMDB) concordou que a criminalidade é crescente e que é preocupante o fato de o planejamento das polícias ser feito com base em dados nem sempre confiáveis. “O cidadão está indefeso e é preciso repensar a segurança. Falta efetivo e estrutura para que o serviço seja prestado como deveria”, salientou.
Ainda sobre a contradição estatística, o deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) citou números que comprovariam, por exemplo, o aumento no número de assassinatos em diversas cidades mineiras. Para o parlamentar, o modelo de segurança está falido e a reestruturação passa pela revisão do Código Penal.
POLÍCIA CIVIL GARANTE AÇÕES PREVENTIVAS
A titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Venda Nova, Roberta Sodré, afirmou que, a despeito da falta de confiança atribuída à instituição, o objetivo é estar ao lado da comunidade e das associações de bairro, com quem busca estabelecer contato.
Ela pediu que as pessoas registrassem os boletins de ocorrência, mesmo que sem o atendimento imediato. “Fazemos operações de combate à prostituição, ao tráfico de drogas, aos furtos e roubos nas ruas e residências. Estamos trabalhando com o máximo que nossa estrutura permite”, frisou.
O delegado regional de Polícia Civil de Venda Nova, César Cerne, afirmou que há uma progressão geométrica do tráfico de drogas e da violência na cidade.
Também defendeu que as estatísticas nem sempre demonstram a realidade e que a situação precisa ser tratada por todo o sistema de segurança. “É importante lembrar, no entanto, que quem alimenta a criminalidade é a própria sociedade. O tráfico é gerado por quem compra as drogas, que são nossos filhos, amigos e parentes”, ponderou.
INTEGRAÇÃO
O representante da Guarda Municipal de Belo Horizonte, Marcelo Paes, também disse que são feitas ações preventivas nas regiões da Pampulha e de Venda Nova e que, em razão dos recursos serem escassos, sugeriu que sejam feitas mais ações conjuntas com as Polícias Civil e Militar.
Fonte: Assessoria