A operação conjunta entre o Ministério Público (MP) e a Polícia Militar (PM), realizada na manhã dessa quinta-feira, 24, prendeu nove pessoas e apreendeu drogas e celulares. Dentre os detidos, dois são agentes penitenciários. A ação nomeada de “Pente Fino” visa o combate de tráfico de entorpecentes e a entrada de aparelhos telefônicos dentro do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora.
As investigações do Ministério Público duraram cerca de dez meses e a ação de hoje foi realizada a pedido da instituição e deferida pela 3º Vara Criminal de Juiz de Fora. Cerca de 70 agentes do sistema prisional e policiais militares cumpriram noves mandados de prisão, 17 de busca e apreensão e realizaram uma varredura na unidade prisional.
“Trata-se de uma organização criminosa que atua no Ceresp relacionada ao tráfico de drogas e a entrada de celulares no presídio. Esse grupo é composto, até agora, por agentes penitenciários, detentos e pessoas intermediárias. Mas ainda é cedo para a gente afirmar a maneira que eles agiam”, ponderou a promotora de justiça, Paula Ayres Lima.
No Ceresp, foram apreendidos 14 celulares, 14 chips telefônicos, 13 carregadores, dois cachimbos de crack, três agulhas, 80 porções, um tablete de maconha e uma porção de cocaína. “Além desses materiais recolhidos, nós temos outros que foram recolhidos nas residências que foram alvos da busca e apreensão”, acrescentou à promotora. Além da prisão dos dois agentes penitenciários, um ex-funcionário e um homem foram detidos. Os outros cincos presos já cumpriam pena na unidade prisional.
O material apreendido será analisado e as prisões foram decretadas por dez dias. “Nossa expectativa é que nesse prazo a gente conclua o procedimento de investigação com a oferta de denúncia. No momento, estamos ouvindo as pessoas que foram presas. Não temos condições de dizer qual será a conclusão”, ponderou Paula.
O diretor-geral do Ceresp e diretor Regional do Sistema Prisional, Alexandre Cunha, afirmou que a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) se envolveu no caso após as apurações do caso apontarem o envolvimento dos dois profissionais. “O sigilo das investigações não nos permite dizer se há participação de outros funcionários, mas o que me parece é que a participação dos dois já está comprovada. Eles eram funcionários do Ceresp e a princípio operavam somente na unidade”, esclareceu Cunha.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de organização criminosa, favorecimento real, devido à entrada de celulares no presídio, e tráfico de drogas.