Foi realizada, no Plenário da Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF), na noite nessa quinta-feira, 24, a entrega da Medalha Geraldo Pereira, em homenagem à pessoas físicas e jurídicas que se destacaram na produção, difusão e engrandecimento das manifestações artístico-culturais e sociais na cidade e região. O projeto é de resolução do vereador Antônio Aguiar (PMDB), encampado pela Mesa Diretora do Legislativo e aprovado por todos os parlamentares. A homenagem foi criada com fins de promover, por parte do poder público, um reconhecimento aos artistas que atuam no município.
Os dez homenageados foram escolhidos pela comissão organizadora e foi levada em consideração a contribuição artística e cultural deles para a cidade. Os contemplados foram os músicos Mamão, Joãozinho da Percussão e Miltinho Baterista; o grupo Bacharéis do Samba; a cantora Sandra Portella; a bailarina Dani Marie; o grupo teatral Divulgação; a Associação De Belas Artes Antônio Parreiras; a co-fundadora do Pró-Música, Dona Isabel, e Toninho Dutra.
João Batista Pereira, o Joãozinho da Percussão, foi um dos homenageados e conta que ficou feliz com o reconhecimento por seu trabalho na música. “Fiquei feliz com a homenagem, pois Geraldo Pereira foi um sambista famoso e ser lembrado é muito importante. É importante nos homenagear enquanto estamos vivos para ver”, afirma Pereira. Ele agradeceu a todos da comissão organizadora pela honraria.
Joãozinho da Percussão fez um trabalho importante para a cidade e gravou com artistas renomados da música nacional, como Chico Buarque, Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Joyce, Tim Maia, Elba Ramalho, entre outros. Joãozinho também foi integrante do grupo Lúdica Música.
O grupo Bacharéis do Samba também recebeu a medalha. Para o líder e percussionista do quinteto, Paulo Cesar Calichio, a premiação é o reconhecimento do trabalho que o grupo faz pelo samba local e nacional. “Essa homenagem é o coroamento de todos que passaram e trabalharam pelo grupo. Estamos sendo notados por vários segmentos da cidade e o que é importante para o músico é o aplauso, é o calor humano”, afirma Calichio. Ele agradeceu a todos os músicos que fizeram parte do Bacharéis do Samba, a todos que instituíram a premiação, aos músicos atuais e seus familiares. “Sem os músicos que fizeram parte do grupo, ajudando-o a se desenvolver, não estaríamos recebendo a homenagem”, ressaltou.
O Bacharéis do Samba foi fundado há 43 anos e é formado, atualmente, pelos músicos Nelsinho, Coração, O Professor, Miguel Lobo e Alex do Cavaco. Na década de 70, o grupo acompanhou a cantora Elza Soares no palco da TV Industrial e, nos anos, 80 atuou junto com o sambista Luiz Airão, durante oito anos. No carnaval de Juiz de Fora, os Bacharéis brilharam em 1979, sagrando-se campeões ao interpretar o samba da Turunas do Riachuelo.
Outro grupo homenageado foi o Grupo Divulgação (GD). Para o coordenador geral e diretor de espetáculo, José Luiz Ribeiro, foi uma honra muito grande receber um prêmio com o nome do Geraldo Pereira. “É um reconhecimento público de um trabalho que fazemos há 51 anos e por meio do qual conseguimos manter viva a experiência teatral, difundindo o teatro e não deixando que ele morra na nossa cidade”, ressaltou Ribeiro. Ele agradeceu a todos os vereadores e a todas as pessoas que acompanham o trabalho do grupo.
O Grupo Divulgação possui mais de 200 montagens e uma média de 120 apresentações por ano. Com um repertório que abrange a dramaturgia universal e brasileira, conta ainda com a produção de uma dramaturgia própria, criada a partir das necessidades temáticas e estéticas do próprio grupo.
GERALDO PEREIRA
A medalha leva o nome de Geraldo Pereira por ele ter sido um compositor, sambista e cantor de grande projeção nacional. É considerado o mais brilhante cultor do samba sincopado, popularmente conhecido como samba de gafieira, pelo ritmo requebrado e brejeiro. Pereira foi uma espécie de alma da Bossa Nova nos anos 60. Esse ano ele comemoraria 100 anos de vida. Entre os sucessos que compôs, estão “Acertei no Milhar”, em parceria com Wilson Batista; “Falsa Baiana”, gravado por Cyro Monteiro; “Falta de Sorte”, por Araci de Almeida e “Que Samba Bom”, por Blecaute.