De dia nos centros urbanos, além de uma mistura de cheiros, cores e sons, há uma infinidade de pessoas. À noite, nos mesmos locais, muitas vezes caóticos, o silêncio tem sua vez. Essa dicotomia é o mote da exposição coletiva “Vazio Urbano”, que entra em cartaz nessa quarta-feira, 23, no Espaço Cultural do Shopping Jardim Norte. A primeira aparição da mostra aconteceu em agosto do ano passado, em meio à programação do evento fotográfico “JF Foto 16”, uma iniciativa da Prefeitura, por meio da Funalfa.
Inicialmente, o trabalho foi apresentado ao público com 80 imagens. Visando à adequação do novo espaço, onde a exposição ficará em cartaz por tempo indeterminado, a organização optou por expor 58 fotografias. Os registros foram feitos por 47 fotógrafos de sete estados brasileiros (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Sul e Pará).
As imagens coloridas e em preto e branco, com 30x40cm cada, falam não só do vazio no sentido literal da palavra, mas também dão conta de tudo aquilo que pode ser intrínseco ao ser humano. “O que é o vazio urbano? O que é o silêncio na cidade? O que é o nada nas ruas?”, indaga Carú Rezende, uma das organizadoras da exposição.
“O resultado da leitura de cada fotógrafo pode ser algo bem objetivo, como é o caso dos registros de paisagens urbanas sem ninguém. Entretanto, há também muitas subjetividades nesse trabalho. Um exemplo é a foto de uma pia velha, descascada e vazia, que, para a fotógrafa, representa o vazio de alguma forma”, esclarece Carú, destacando que a expressão “vazio urbano” não foi um tema proposto pela organização, mas, sim, uma referência, aberta às possibilidades que poderiam resultar do potencial criativo de cada fotógrafo.