Militante da causa negra recebe título de Doutora Honoris Causa

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai homenagear, nesta sexta-feira, 18, a militante de causas sociais e ex-aluna do curso de Filosofia, Adenilde Petrina Bispo, com o título de Doutora Honoris Causa. A homenageada faz parte de uma das maiores lideranças dos movimentos negro e hip-hop, e da militância pela democratização da comunicação na cidade. Destaca-se sua atuação na criação do Coletivo Vozes da Rua, que tem como objetivos principais fortalecer a cultura negra e levar informação aos jovens da periferia. A sessão solene em homenagem à militante será realizada no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), às 20h, e é aberta ao público.

O título de Doutora Honoris Causa é concedido pela UFJF a personalidades, nacionais ou estrangeiras, cujas atividades, publicações ou descobertas tenham contribuído para o progresso da educação, das ciências, das letras e das artes.

O processo para a escolha de Adenilde Petrina foi iniciado na Faculdade de Comunicação, por indicação da professora Cláudia Lanhi, passou pela avaliação dos demais professores da unidade acadêmica e foi aprovado também pelo Conselho Superior (Consu).
Adenilde começou a sua caminhada de militante no bairro Santa Cândida, região Leste, no qual reside, sendo responsável por reivindicar direitos como saneamento básico, energia elétrica, transporte coletivo, escola pública, entre outros. Ela atuou também no movimento negro unificado, na ação católica operária, na comunidade eclesiastes (onde teve toda a sua formação política) e na rádio comunitária do bairro, a Mega FM, tendo sido coordenadora da emissora.

A militante conta que recebeu por e-mail a notícia de que seria homenageada e ficou muito surpresa. “Quando entramos na militância, queremos apenas resolver aquela situação, e nunca imaginei receber uma homenagem por causa disso”, afirma Adenilde. “Esse titulo é para toda a comunidade, toda a periferia e todos os militantes que sempre lutaram por uma sociedade melhor e por justiça”, completa. Para ela, o título tirou a periferia da invisibilidade e pode motivar os jovens, principalmente negros, a lutarem pelos seus direitos.




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