Cerca de 20h depois de ter sofrido acidente de carro, o corpo do motorista Thiago Zanelli Lima, 28 anos, foi encontrado embaixo do veículo. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar (PM) atenderam a ocorrência e a equipe de salvamento não encontrou o condutor, o que causou comoção e questionamento sobre o atendimento do caso na população juiz-forana. O Diário Regional conversou com a tenente do Corpo de Bombeiros e assessora de comunicação da corporação, Priscila Adonay, para esclarecer os procedimentos adotados no caso.
De acordo com a tenente, a corporação foi acionada por volta de 4h40, após conversa com atendente da Polícia Militar. “Nós estávamos atendendo um acidente no bairro Aeroporto e aguardávamos a PM. Eu liguei 190 e, durante a minha conversa com a atendente, a guarnição chegou e ela me informou do capotamento na Pedro Henrique Krambeck”, afirmou a militar, que disse que duas guarnições do Corpo de Bombeiros foram para o local.
“Dois bombeiros foram até o carro e constaram que a vegetação estava ‘perfeita’ e não tinha indícios que algo tinha caído sob ela. Portanto, se ele tivesse saído por um dos lados, a vegetação não estaria assim. Além disso, na parte de baixo, próximo a água, é estreita e se ele tivesse caído, ele estaria em uma das laterais e não embaixo, até porque não tinha espaço suficiente para o corpo entrar embaixo”, explicou a tenente.
Durante o atendimento da ocorrência, os militares também constataram que os vidros das janelas e para-brisa não estavam danificados. “O para-choque da frente e o vidro de trás estavam danificados, além da parte metálica da estrutura da parte de trás, que estava amassada, como se tivesse batido ou quebrado”, disse Priscila.
A ocorrência foi registrada como capotamento com vítima, mas o estado do carro, de acordo com a tenente, não é compatível com este tipo de acidente. “Eu desconheço uma ocorrência [de capotamento] que o teto, no mínimo, não tenha ficado danificado. Neste caso, o teto estava perfeito e em um capotamento, bate embaixo e depois bate em cima. Mesmo que bata atrás, essa parte do carro fica afundada e no veículo da vítima não estava”, esclareceu Priscila.
Outra alternativa esclarecida pela militar foi a hipótese de que ele tenha parado na frente do carro antes de cair no córrego. “Para ele ter sido ejetado pela porta e o carro cair em cima dele, o corpo teria que ter uma velocidade maior que a do carro. Porém, quando a porta do carro abre, a pessoa cai e jogada para trás enquanto o carro segue para frente”, ressaltou.
Segundo a tenente, o que pode ter ocorrido é que antes do atendimento dos órgãos de segurança, alguém pode ter entrado no veículo, pela janela de trás, e furtado os pertences da vítima. “Quando os militares entraram no veículo, não encontraram os documentos do condutor e do carro. Não tinha nada, apenas algumas peças de roupa no porta-malas”. Além de averiguar dentro do veículo, os bombeiros também percorreram pela margem do córrego. “Fizemos tudo conforme o protocolo”, frisou Priscila.
Da maneira que a vítima foi encontrada era necessário um guincho para retirar o veículo. “A equipe, que atendeu a ocorrência depois que retiraram o carro, relatarou que a água do córrego corria do mesmo jeito e não tinha indícios que tinha algo. Eles já estavam terminando de atender a ocorrência, mas decidiram checar. Utilizaram uma ferramenta que afunda e puxa para ver se tinha uma coisa e encontraram”, finalizou a tenente.
ENTENDA O CASO
A Polícia Militar compareceu ao local do acidente, Rua Pedro Henrique Krambeck, no bairro São Pedro, Cidade Alta, onde o solicitante relatou que Thiago estava desaparecido desde quinta-feira, 10, após sair de uma festa em uma boate no bairro Aeroporto, na mesma região, e não teria voltado para casa. Também revelou que o carro dele tinha sido encontrado dentro do córrego.
O veículo foi retirado do córrego a pedido da família e os militares do Corpo de Bombeiros localizaram o corpo do homem submerso na água.
De acordo com o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) da PM, o acidente ocorreu às 4h37 de quinta-feira, 10, sendo que o Corpo de Bombeiros foi ao local, porém não encontrou o corpo.
Após o perito realizar os trabalhos de praxe, o corpo de Thiago foi removido por uma funerária.