O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nessa terça-feira, 1° de agosto, na sede das Nações Unidas, em Nova York, que tem acompanhado os últimos acontecimentos na Venezuela e está preocupado com uma possível “escalada nas tensões políticas irão distanciar o país de um caminho propício para que seja encontrada uma solução pacífica para os seus desafios”.
A declaração foi feita pelo porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, que alertou que “neste momento crítico para o futuro do país, o secretário-geral faz um apelo a todos os venezuelanos, especialmente os que representam poderes do Estado que tomem todas as medidas possíveis para diminuir as tensões, evitar mais violência e perda de vidas, e encontrar avenidas para um diálogo político”.
O porta-voz declarou ainda que Guterres reiterou sua convicção de que uma negociação política entre o governo e a oposição é “urgentemente necessária” e está “convencido de que o único caminho adiante é uma solução política”.
Dujarric disse ainda que o chefe da ONU reconhece os esforços de facilitadores internacionais e líderes regionais que têm apoiado o governo venezuelano e a oposição, tentando chegar a um acordo, e reiterou seu pleno apoio a essas ações.
DIREITOS HUMANOS
O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, por sua vez, expressou sua “profunda preocupação” com o fato de os líderes da oposição Leopoldo Lopez e Antonio Ledezma terem sido detidos mais uma vez por autoridades venezuelanas após sua prisão domiciliar ter sido revogada.
Al Hussein fez um apelo ao governo para que “solte imediatamente todos os que estão sendo detidos por exercerem seus diretos à liberdade de reunião pacífica, associação e expressão”. Segundo o Escritório de Direitos Humanos, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias considera a detenção tanto de Lopez quanto de Ledezma como arbitrária.
O alto comissário também lamentou que pelo menos 10 pessoas tenham morrido na Venezuela no fim de semana, em meio a manifestações relacionadas às eleições para a Assembleia Constituinte.
Ele defendeu que as investigações sobre as mortes devem ser conduzidas de forma “rápida, eficaz e independente, com plena cooperação do governo”.
Zeid Al Hussein fez um apelo às autoridades para que não agravem “uma situação que já é extremamente volátil” com o “uso excessivo de força, incluindo através de invasões domésticas violentas pelas forças de segurança que ocorreram em várias partes do país”.
Fonte: Agência Brasil