Há alguns anos atrás, quando ouvíamos falar de ecologia ou sustentabilidade, logo nos vinha à mente as campanhas do GreenPeace com a bandeira de salvar as baleias no Alasca, o WWF falando da importância de preservar os pandas chineses ou, ainda, ambientalistas lutando contra o desmatamento da amazônia.
Conservação da natureza era, até então, coisa de bicho grilo e não parecia fazer parte do nosso cotidiano. Afinal, nem éramos grilo nem morávamos na China.
Alguns até buscavam apoiar as campanhas, comprando camisas bonitinhas com o desenho de panda ou com uma cauda de baleia. Na prática, no entanto, compravam a camisa para salvar as distantes baleias mas jogavam sua embalagem plástica fora do lixo reciclável. Uma incoerência, é verdade, mas estava ali a semente da consciência ecológica.
Com o tempo, ser ecologicamente correto passou a ser “cool”: produtos reciclados, alimentação orgânica, carros elétricos… “Cool”, mas caro.
Atualmente, as atitudes sustentáveis começaram a alcançar a consciência das pessoas.
Isso não quer dizer que começamos a entender que vivemos em um ecossistema onde todas as coisas estão interligadas e que fazer algo de errado aqui gerará ecos. Mas a percepção da sustentabilidade começou a pegar na consciência mais profunda do ser humano, o bolso. Seja através de multas por excesso de emissão de poluentes, por desmatamentos ilegais e até mesmo por jogar lixo na rua.
Ainda no quesito bolso, produtos e tecnologias passaram a permitir a economia com água, luz, energia.
Na arquitetura e construção, a implementação de alguns sistemas simples ou de projetos bem desenvolvidos foram além, fazendo com que a casa não apenas economize, mas chegue a gerar renda.
Dentro desse tema, convidamos Vinícius Marques, da CIMO Engenharia e Soluções Ambientais, que nos deu algumas dicas de construções sustentáveis…
DO LODO AO LUXO
Piso cerâmico da empresa CECRISA Revestimentos Cerâmicos S/A produzido a partir de lodo da estação de tratamento do efluente gerado na própria fábrica.
ARENA FONTE NOVA
A arena adota soluções sustentáveis em sua construção, como usina de energia solar, reuso do efluente tratado, aproveitamento de água de chuva, ventilação e iluminação natural. Com essas medidas a arena pleiteia os selos USGBC e LEED.
CHICAGO CITY HALL
Telhados verdes são ótimas soluções principalmente para cidades com alto nível de urbanização. São capazes de criar um microclima agradável, além de atuarem na absorção e amortecimento da água de chuva, ajudando a diminuir o índice de enchentes.
ESTRUTURA METÁLICA
O uso de estrutura metálica na construção civil reduz o desperdício de materiais, geração de resíduos e tempo de execução tornando a obra mais limpa e enxuta.
MUSEU DO AMANHÃ
O museu conquistou o ouro da certificação LEED de construção sustentável ao utilizar a água da Bahia de Guanabara para climatização interna com seu posterior aproveitamento no espelho d’água externo, placas de captação de energia solar e uso de iluminação natural
AQUECIMENTO SOLAR
Sistema de aquecimento solar contribui para a redução do consumo de eletricidade nas residências, especialmente no chuveiro, considerado o “vilão” na conta de energia.
ILUMINAÇÃO NATURAL
Além de contribuir para estética e conforto do ambiente, a iluminação natural proporciona redução de consumo de energia elétrica, como nessa claraboia no banheiro projetada pela Argus Arquitetura.