Moda entre as crianças, o tênis de rodinha é um acessório que desempenha duas funções, pode ser um tênis comum, por ter uma placa que pode ser colocada no lugar das rodinhas, ou utilizado como um patins, assim que as crianças inclinam o calcanhar e tiram a parte da frente dos pés do chão.
Segundo a proprietária da Pop Kids, loja de calçado infantil, Viviane Detoni, a procura pelo tênis diminuiu um pouco depois do Natal do ano passado, mas continua grande. ”É bem equilibrada a procura entre meninos e meninas, os modelos saem na mesma proporção”, afirma a empresária.
Viviane informou, ainda, que vários outros modelos do calçado têm surgido no mercado, com acréscimo de outros acessórios além das rodinhas. “Alguns modelos tem o cadarço emborrachado, de várias cores. Outros, possuem led e agora foi criado um tênis com zíper, que troca toda a parte externa do calçado”, explica a lojista. Os preços variam entre R$299,90, só com a rodinha, e R$599,90, com outros itens.
A empresária se mostra otimista quanto às vendas do calçado no dia das crianças. Ela acredita que o sucesso do produto e o investimento das fábricas em novos modelos pode ter uma boa repercussão na comercialização do mesmo.
A filha da pedagoga Silvia Tavares, Júlia, de nove anos, teve o primeiro contato com o produto por meio de uma prima e ganhou o calçado de presente no Natal. Silvia considera o tênis mais um brinquedo do que um calçado. “Nunca limitei o tempo de uso do tênis. Ela usa mais para brincar e não fica muito tempo com ele. Geralmente, usa em casa, no quintal, onde tem piso liso, ou em locais da cidade onde o piso é liso, facilitando a movimentação. Ela também gosta de brincar no shopping, por causa do espaço amplo”, explica a pedagoga, que conta, ainda, que a filha chegou a usar o tênis na escola, mas o uso foi proibido.
Silvia afirma que se preocupa e tem medo da filha se machucar, embora isso nunca tenha acontecido. ”Nunca aconteceu nenhum acidente grave. Ela só caiu no dia em que ganhou o tênis, mas depois aprendeu a andar e não teve mais nenhum problema”, conta.
O chefe do departamento de ortopedia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Elmano Loures, orienta que o calçado não deve ser usado diariamente, mas sim para uso recreativo. “Os país devem entender que as crianças devem usar o calçado de forma recreativa, pois pode alterar a marcha normal da criança, devido à estrutura que o calçado tem”, afirma Loures.
O ortopedista destacou, ainda, que o calçado pode proporcionar quedas quando a criança está aprendendo a usar as rodinhas. “Pode causar entorses no tornozelo e joelho, além de fraturas do punho, antebraço e clavícula”, destaca.