UFJF instaura sindicância para apurar caso de racismo

Mais de um mês após o Coletivo Descolônia, formado por artistas e alunos negros do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), divulgar um caso de racismo institucional vivenciado pelo pai de uma jovem aluna no estacionamento da Universidade, a instituição divulgou, nessa quinta-feira, 6, uma nota de esclarecimento informando que instaurou processo de sindicância para apurar a denúncia de racismo formalizada pela estudante.

Além disso, a entidade reforça que ações de segurança estão sendo tomadas para prevenir que esses casos aconteçam, e que está capacitando os seus servidores, por meio do Programa de Avaliação de Desempenho dos Técnicos Administrativos em Educação (Proades), promovendo também, um trabalho articulado e sistemático com a Pró-reitora de Infraestrutura.

ENTENDA

O caso aconteceu na noite do dia 2 de junho, onde a vítima, de 64 anos, pai de uma estudante, foi abordada no estacionamento da universidade por vários seguranças, munidos de arma de fogo, e acusado de roubar o próprio veículo. O equívoco só foi reparado após a chegada da filha. Ele também teria sido impedido de registrar a ocorrência.

De acordo com a nota da UFJF, a estudante e o pai tiveram acesso ao documento elaborado pelos seguranças, que relatava o incidente. Também foi afirmado que será criado um Fórum da Diversidade da UFJF como um espaço de construção e acompanhamento da Política das Ações Afirmativas, reforçando o compromisso pela gestão dos Direitos da Pessoa Humana.

CAPACITAÇÃO

Na manhã dessa quinta-feira, 6, os seguranças da UFJF participaram de palestras, abordando a representação e a visibilidade das minorias ao longo da história da sociedade brasileira. A atividade faz parte de um ciclo da qualificação de 20 horas, que será dividida em dois módulos e é organizada pelo Proades ligado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe).

MOBILIZAÇÃO

Há vários dias colendo assinaturas em busca de respostas para a ocorrência, o Coletivo PretAção, composto por mulheres negras, também se mobiliza parceria com o Coletivo Descolônia, procurando assistência jurídica e psicológica para as vítimas. O grupo exige que o “relato da violência seja levado ao Fórum de Segurança da Universidade que, conforme a resolução 21/2016, artigo 2º incisos II, III e IV, deve acompanhar permanentemente as condições de segurança no campus levando em conta os depoimentos de membros da comunidade”. Eles requerem ainda, a convocação de “reunião extraordinária deliberativa do Fórum de Segurança da UFJF (artigo 4º, resolução 21/2016) para a construção de políticas de segurança institucional. em bases antirracistas e atentas para a diversidade sexual e de gênero, com a participação de especialistas, movimentos sociais e comunidade”.

Por meio de uma carta aberta, o movimento convidou a comunidade acadêmica da UFJF para cobrar a instituição sobre o posicionamento e a punição dos responsáveis pela ação.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.