Sindicatos se reunirão com vereador para discutir projeto de lei que altera horário de carga e descarga

O Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF) sediou na tarde dessa terça-feira, 27, uma reunião com representantes de entidades de diversos segmentos econômicos, para debaterem o projeto de lei do vereador Júlio Obama Jr. (PHS), que prevê a restrição de veículos de carga e descarga em vias centrais da cidade.

De acordo com o presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, ressaltou que a frota de caminhões que realizam as atividades não pode ser caracterizada como o problema do trânsito do município. “Nos preocupa certas situações que talvez não tenham sidos observadas pelo levantamento prévio do vereador.

Não podemos nos basear em projetos de outros municípios, pois cada um tem a sua realidade”, ponderou Beloti, que ressaltou outro fator, além de centro comercial, a zona Central da cidade, também é habitada pela população. “Essas cidades que promoveram esse tipo de carga e descarga, fora do horário comercial, não tem moradores na área comercial”.

Além disso, Beloti relembrou que no horário estipulado para as atividades, os moradores estarão em casa, descansando, e esse direito precisa ser respeitado.

Dessa forma, o presidente do Sindicato ressaltou que o trânsito na região central é prejudicado por diversos fatores, e que mudar o horário de carga e descarga não seria a solução dos problemas.

“As vagas de carga e descarga, mesmo com o trabalho da Settra, são ocupadas por carros de passeios, impedindo que caminhões de pequeno porte façam o seu trabalho. Além disso, as pessoas que vêem para o Centro, pode ser, que elas queiram um transporte coletivo público melhor”.

Outros pontos levantados pelas entidades são a segurança e a legislação trabalhista.

“O efetivo da Polícia Militar precisa está condizente para absorver essa situação. E os lojistas também terão problemas nesse aspecto”, relatou o sindicalista. Sobre as leis trabalhistas, Beloti ressaltou a necessidade da dilatação do horário do expediente para que o estabelecimento receba a mercadoria.

“O lojista terá que somar ao salário um adicional extra, além das despesas que surgirem com o novo horário, e esses valores podem ser repassados para o consumidor”, disse.
Duas soluções levantadas por Beloti são: a criação de um centro de distribuição e um espaço reservado aos ambulantes.

“Neste centro de distribuições, os caminhões levariam as mercadorias para lá e depois os de pequeno porte transportariam para as lojas. Os ambulantes interferem no tráfego de pedestres. Acho que dar um lugar digno para que eles trabalhassem, como Volta Redonda e Montes Claros fizeram, pode contribuir”, falou.

Estiveram presentes na reunião representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL); do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora; do Centro Industrial de Juiz de Fora, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe), do Juiz de Fora e Região Convention e Visitors Bureau, e do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Juiz de Fora.

“Temos cerca de 7.200 lojistas em Juiz de Fora, sendo que mais da metade está no grande centro comercial. Esses lojistas dependem da carga e descarga. Assim dá para termos noção dos impactos que seriam causados a partir das mudanças propostas”, finalizou.

O grupo irá se reunir com o parlamentar para iniciar o diálogo no intuito de gerar uma discussão mais ampla sobre o tema.




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