Thiago de Noroes Lessa, suspeito de envolvimento na morte do turista argentino Matias Carena, 28 anos, no dia 26 de março na zona Sul do Rio de Janeiro se apresentou, acompanhado de seu advogado na 1ª Delegacia distrital de Juiz de Fora nessa sexta-feira, 23. Thiago é natural do Rio de Janeiro, mas cresceu no bairro Granbery, região Central, onde sua família mora. O suspeito morava na capital fluminense e trabalhava como cuidador de idosos quando o crime ocorreu, durante uma briga entre o suspeito e seus amigos contra um grupo de turistas argentinos.
“No final da manhã dessa sexta-feira, 23, nós recebemos o telefonema do advogado dele, Ulisses Sanches, que nos informou que estava disposto a entregá-lo. Portanto, no início da tarde, cumprimos o mandato de prisão preventiva expedida pela 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro”, esclareceu o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli.
De acordo com o delegado, a Polícia Civil já havia realizado diligências pela cidade no intuito de encontrá-lo, após receber a informação que um dos suspeitos poderia estar residindo em Juiz de Fora. “Thiago se apresentou de forma espontânea, o que demonstra que ele está à disposição da Justiça, porém a continuação dos trabalhos cabe ao poder Judiciário do Rio de Janeiro”.
O chefe do 4º Departamento de Polícia Civil, delegado Carlos Roberto da Silveira Costa, explicou que, por se tratar de uma investigação do Rio de Janeiro, o suspeito não prestará depoimento em Juiz de Fora. “A princípio, ele não será ouvido aqui, só se o delegado responsável pela investigação no Rio de Janeiro nos autorizar. Porém acredito, que por interesse maior das investigações, ele deve ser ouvido lá”, disse.
DEFESA
O advogado de defesa de Thiago, Ulisses Sanches, afirmou que já havia o interesse de apresentar o suspeito anteriormente. “Ele teve síndrome de pânico devido ao fato, ficou transtornado, por isso, não havia a possibilidade de entregá-lo na ocasião. Esperamos ele melhorar para apresentá-lo”, falou Sanches ao afirmar que seu cliente não tinha interesse em obstruir a Justiça. “Sabemos que o fato não ocorreu da maneira que foi noticiado. A mídia mostrou uma parte do ocorrido. Em conversa com ele, a gente sabe que não foi aquilo que ocorreu”, completou.
Segundo o advogado, o vídeo noticiado mostra o suspeito dando uma “muletada” na vítima. “A participação dele foi de menor importância. Foi uma coisa ínfima perto do que ocorreu”. Sanches afirmou que nesta semana viajará ao Rio de Janeiro para se informar sobre o processo.
O SUSPEITO
Thiago contou que tinha bebido pouco na noite do crime e que os argentinos teriam iniciado a briga com o seu grupo de amigos e com os seguranças do local. “Os argentinos costumam sair para festas, brigarem e caçoarem dos outros. Infelizmente, isso acontece muito no Rio”, disse o suspeito. “Meus amigos começaram a brincar com eles que não teriam dinheiro para pagar a conta”, contou Thiago, que ressaltou que imagens da data do crime poderiam comprovar sua confissão.
De acordo com o suspeito, a briga foi generalizada e os brasileiros, estavam se defendendo. “A mídia crucificou meus amigos e eu”, exclamou.
Thiago afirmou que usou a muleta para verificar o estado da vítima. “Já foi no final [ da briga] para ver se ele estava bem ou desacordado”, disse. A muleta pertencia a um amigo de Thiago e, segundo ele, a vítima teria esbarrado no amigo e ele teria caído.
“Eu me arrependo de ter dado esse golpe, porém foi uma briga generalizada e todo mundo estava brigando, inclusive ele e os amigos. O que eu fiz foi uma coisa estúpida e acredito que não tenha dado um golpe fatal. Mas, eu errei, por isso, me apresentei e tenho que pagar pelo erro que eu cometi”, finalizou.