Muitas pessoas, em um determinado momento da vida, vêem-se sem perspectivas, literalmente perdidas. Não sabem mais o caminho de volta nem fazem idéia de para onde estão indo. Apenas caminham, até que um dia, um chamado interior consegue falar mais alto e clama por mudanças. De alguma forma, o corpo se manifesta, física ou psicologicamente, por meio de doenças como estresse, depressão, ansiedade ou outras mais graves.
O problema é que a maioria das pessoas não pára para pensar na sua própria vida, achando que é perda de tempo. O grande desperdício de tempo acontece quando não fazemos tais reflexões e nos deixamos levar pela correnteza.
Nunca é tarde para se conhecer melhor. Antes de fazer escolhas para sua vida, como a carreira seguir, por exemplo, o primeiro passo é identificar quais são as suas verdadeiras habilidades. É possível, sim, unir trabalho e prazer.
Reflita sobre as coisas de que você gosta de fazer. Lembre-se de que o que você faz por diversão é trabalho para muita gente. Enquanto você gasta dinheiro para alugar uma quadra de tênis, Gustavo Kurten já ganhou milhões jogando tênis profissionalmente. Quando transforma o seu hobby em trabalho, você sente como se não estivesse trabalhando; conseqüentemente, realiza-se profissionalmente e ganha dinheiro.
Tudo o que é feito com prazer tem muito mais chances de dar certo! O problema é que muitas pessoas acabam abortando sua criatividade e imaginação em detrimento de imposições sociais ou familiares. Como vivemos grande parte tempo trabalhando, se o trabalho que realizamos não permitir que nos sintamos bem, temos de mudar de trabalho!
Às vezes, basta um ajuste de ponto de vista para que alguém passe a sentir-se bem com aquilo que faz. De repente, o jovem médico que se formou por imposição do pai, mas não tem a menor habilidade para cuidar de pessoas, pode se revelar um exímio pesquisador ou administrador hospitalar, por exemplo. Em outros casos, é preciso fazer uma parada brusca, respirar fundo e começar tudo, do zero, buscando reconectar-se à sua força interior e descobrir um novo ser.
Em geral, estamos tão familiarizados com nossas habilidades que nem as vemos mais como uma habilidade e, menos ainda, como uma possível fonte de realização profissional.
Para descobrir suas verdadeiras habilidades, é importante fazer uma investigação profunda. Reflita. Escreva num papel tudo o que você gosta de fazer e faz sem esforço. Tudo o que lhe proporciona prazer e satisfação deve entrar nessa lista.
Também é útil resgatar sua criança interior. Volte no tempo e procure lembrar-se do que você mais gostava de fazer quando tinha entre 7 e 8 anos de idade. Avance no tempo e relacione as habilidades que conservou ou adquiriu na adolescência, entre os 14 e 15 anos. Depois, eleja outra idade, entre a adolescência e o dia de hoje, e relacione o que você faz de melhor. Feito isso, compare, analise as respostas, observe que características permaneceram desde a infância, reflita sobre o que se perdeu no meio do caminho e procure descobrir por que isso aconteceu. Este é um bom exercício para você começar a sua investigação pessoal.
Costumo dizer que sorte é quando preparação encontra oportunidade. Por isso, esteja sempre preparado, pois as oportunidades estão sempre passando diante nossos olhos, basta estar preparado para as enxergar. A partir do momento em que você se propuser a mudar, tudo o mais estará mudando com você.