Em Minas Gerais, cerca de 3.500 crianças e adolescentes desaparecem por ano. Conforme o estudo realizado pela Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD) da Polícia Civil (PC) de Minas Gerais, a principal motivação dos desaparecimentos de crianças, até 12 anos, é a disputa irregular de guarda e o descuido em locais com aglomeração de pessoas. Em relação aos adolescentes, 80% dos desaparecimentos estão associados ao conflito familiar e à busca por liberdade. Em cerca de 30% dos casos, o jovem desaparece por mais de uma vez, em busca de sair do convívio familiar.
Por meio do trabalho preventivo e educativo da DRPD, esse número vem reduzindo gradativamente, ano após ano. Em 2016, 65% das crianças que desapareceram no Estado, retornaram para suas casas. Embora seja um índice considerável, o número poderia ser bem maior, já que em alguns casos os pais não registram nova ocorrência, após encontrar o filho. “A polícia tem realizado inúmeros trabalhos de orientação e conscientização. Além disso, formalizamos convênios com ONGs e provedores de sites de pessoas desaparecidas, no intuito de divulgar fotos e denúncias”, reforçou a delegada Sheila Oliveira. “Em 2016 registramos um grande resultado na solução das ocorrências. Porém, sabemos que esse número poderia ser bem maior. Infelizmente, as pessoas não voltam para registrar a ocorrência quando encontram as crianças”, acrescentou Sheila.
ORIENTAÇÃO
A delegada alerta, também, para a importância dos pais e os responsáveis estarem sempre atentos com as crianças, bem como manterem o diálogo familiar para evitar que os conflitos resultem no desaparecimento da criança ou do adolescente. “Os pais precisam conversar com seus filhos, e saber quem são os seus amigos, onde eles costumam ir, e com quem eles conversam. Além do mais, é necessário que eles monitorem as redes sociais”, atentou.
Sheila orienta, ainda, que os responsáveis identifiquem seus filhos. “Sempre que forem levar as crianças em locais de grande aglomeração, que elas estejam devidamente identificadas com uma pulseira, com nome, endereço e telefone do responsável. É de suma importância, que os pais orientem seus filhos a não conversar, muito menos aceitar presentes de estranhos”, instruiu a delegada.
DESAPARECIMENTO
Caso a criança ou o adolescente tenha desaparecido, o registro de desaparecimento deve ser imediato. “A partir do momento que a família sentir que a criança se desviou o mínimo possível de sua rotina habitual, ela deve procurar a policia e registrar a ocorrência. Os responsáveis devem levar o máximo de informações possíveis, fotografia recente, características da vestimenta, informações de grande ajuda para a polícia”, ratificou Sheila.
O registro pode ser feito em qualquer unidade da Polícia Civil, da Polícia Militar ou pela Delegacia Virtual, por meio do link https://delegaciavirtual.sids.mg.gov.br. Automaticamente, é gerado um alerta no sistema da Defesa Social, que permite que qualquer agente saiba que aquela criança ou adolescente está desaparecimento. A sociedade pode contribuir bastante divulgando os cartazes, compartilhando as imagens pelas redes sociais ou informando pistas sobre o paradeiro dos ausentes pelo 0800 2828 197. A PC também mantém um portal em que estão registradas imagens e informações sobre os desaparecidos, que pode ser acessado pelo www.desaparecidos.mg.gov.br.