Organizações voltadas para o ensino especial apontam crise financeira

Com a proposta de debater sobre a atual situação da rede de ensino voltada para crianças e jovens especiais foi realizada uma audiência pública na tarde dessa terça-feira, 16, no plenário da Câmara Municipal. O vereador André Mariano (PSC), proponente da audiência, ressaltou que a intenção inicial é fazer um levantamento dos problemas que afetam as entidades socioassistenciais do município. “Vamos avaliar de que forma o Plano Municipal de Educação pode contribuir para aqueles que precisam da educação especial”.

A Secretária de Educação, Denise Vieira Franco, salientou que a educação especial é uma pauta permanente. “Desde os anos 1990 que este tema vem sendo debatido constantemente. A cada momento histórico, novas demandas e adequações surgem. A audiência de hoje serviu para que as entidades colocassem suas reflexões e demandas”, avaliou Denise.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) conta atualmente com um déficit de R$29 mil nas áreas da saúde e educação. “Diante da grave crise financeira pela qual estamos passando, implementamos há cerca de um mês o Centro Dia, com a proposta de oferecer a alunos a partir dos 16 anos atividades recreativas, como pintura, teatro e dança”, contou Cleuza Borges, interventora da Apae. Com a nova iniciativa, a Associação conseguiu enxugar os gastos ao reduzir o número de alunos da escola do espaço, que agora conta com apenas 49 estudantes. “Não é a melhor saída, mas foi o único jeito. Esperamos que, após está audiência, o poder público possa no auxiliar de alguma forma”, finalizou Cleuza.

O Instituto Bruno, atuante na cidade como organização não governamental há 17 anos nas áreas de educação, assistência e saúde, também está passando por dificuldades financeiras. “Contamos com um convênio com o município de R$7 mil por mês para dar assistência a 82 famílias com filhos que são surdos e cegos ou com múltipla deficiência. As crianças estão encontrando muitas dificuldades de comunicação e enfrentamos problemas para diagnosticar as deficiências de cada uma delas”, explicou Maria do Carmo Vianna, diretora e fundadora do Instituto.

Maria do Carmo ressaltou ainda que a Lei da Inclusão (de 2015) seja cumprida na sua totalidade. “As pessoas com deficiência estão ficando sem escolas na cidade. Não estamos tendo condições de pagar os profissionais e isso compromete a qualidade do serviço prestado pela instituição”, finalizou.




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