Projeto social Bem Comum leva mil assistidos ao circo

“Tudo que faço na minha vida é pensando nela”, diz Nora Lurdes da Silva, 52 anos, referindo-se à filha de 15 anos, portadora de paralisia cerebral. Elas e outras pessoas atendidas por 20 instituições socioassistenciais do município estiveram na tarde de quinta-feira, 4, no Circo Maximus. Sentada na primeira fila, Nora, que ficou viúva quando sua filha fez 5 anos, divide sua atenção entre a atração no picadeiro e os cuidados com a adolescente. “Sou feliz. Eu não reclamo e aprendi a conviver com a minha filha nessa situação. É muito difícil sair com ela por conta da deficiência, mas não meço esforços quando o assunto é o bem estar dela” contou.

A iniciativa foi promovida pelo projeto “Bem Comum” da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), que colocou mil assistidos em contato com a arte circense. “A primeira edição desta ação foi há dois anos, quando trouxemos crianças assistidas em projetos sociais da Prefeitura. Desta vez resolvemos ampliar e trouxemos mais de 300 idosos do Centro de Convivência do Idoso, além de crianças e jovens atendidos por mais de 20 programas da Prefeitura”, disse Michael Guedes, Secretário de Comunicação da PJF, ressaltando que o contato com a arte é fundamental para o acompanhamento/tratamento de alguns deles. Como exemplo, Michael citou a presença de assistidos do Instituto Bruno – Centro de Apoio e tratamento de pessoas com múltipla deficiência e surdo-cegueira por paralisia cerebral. “Essa ação visa democratizar o acesso à cultura e, ao mesmo tempo, oferecer uma atividade lúdica. O lazer é importante, pois pode impactar positivamente nas relações interpessoais”, acrescentou Guedes.

Kevin de Paula Procópio, 12 anos, é um dos assistidos pelo Curumim, uma organização que desenvolve práticas de teatro, circo, artes, música, entre outras atividades. Esta foi a primeira vez dele e dos irmãos de 11 e 13 anos, também atendidos pelo projeto, irem circo. “É a primeira vez que venho no circo. Eu só tinha visto na televisão. Gostei muito do número de malabarismo e outro em que a mulher fica lá no alto”, disse Kevin, referindo-se à artista que ficou suspensa há vários metros de altura, executando performances acrobáticas com o auxílio de um tecido.

Os sorrisos e olhares atentos ao picadeiro não foram exclusividade das crianças. Adultos também se renderam a magia do circo, como é o caso de algumas pessoas em situação de rua. Uma delas é Ademilson Barbosa, 41 anos, que foi ao circo pela segunda vez. A primeira ele diz não se recordar bem quando foi: “Acho que tem pouco mais de 11 anos. Hoje eu relembrei muita coisa da minha infância. Tenho saudades!”, contou.




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