Número de transplantes cresce 5%

O Ministério da Saúde (MS) divulgou nessa quinta-feira, 9, um levantamento que informa que a taxa de doadores de órgãos efetivos no Brasil, aumentou em 5% no ano passado, em comparação com 2015, mas continua abaixo da esperada. Ao todo, 2.983 pessoas foram doadoras de órgãos no ano passado, sendo 357 para o transplante de coração. O aumento desse tipo de procedimento foi de 13% no período.

O número de transportes de órgãos feitos pela Força Aérea Brasileira (FAB) aumentou de cinco, em 2015, para 172 em 2016. Desde junho do ano passado, a FAB tem uma aeronave à disposição para o transporte de órgãos ou de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o Ministro da Saúde Ricardo Barros, a recusa de doação de órgãos pela família ainda é um desafio para a expansão do serviço. Nas regiões Sul e Sudeste, a taxa de recusa chega a 30%, enquanto que nas regiões Norte e Nordeste, o percentual chega a 40%. Os índices em Juiz de Fora acompanham a tendência nacional.

A Chefe do Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Hélady Sanders, comentou sobre a falta de voluntários. “Uma das maiores dificuldades é a falta de doadores. Existe também a falta de conhecimento da população sobre os processos, sobre as condições para serem doadores. Todos os transplantes são regulamentados”, explica.

Para a profissional, a ideia de que há venda de órgãos que afetam as filas de espera e todo o sistema é um dos fatores que contribuem para a alta nas recusas. “O que acontece é que, às vezes, as pessoas acham que ao doar um órgão, ele será vendido”, explicou. “O objetivo de publicar esses dados é mostrar a transparência e mostrar o quanto a generosidade das famílias pode mudar a vida de outras pessoas”, completou.

Hélady ressaltou, ainda, que o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano. Conforme a profissional, cerca de 90% são realizados no SUS. “Temos o maior serviço público de transplante. É o que nos diferencia do resto do mundo”, reforçou.

O transplante é uma modalidade de tratamento de algumas doenças que leva a insuficiência de um órgão, ele perde a sua função progressivamente. Em um determinado ponto, se ele não for substituído, a pessoa morre. Em Juiz de Fora, são realizados três tipos de transplantes [Córnea, Rim e Medula Óssea], por dois hospitais, a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora e o HU. Além disso, a Santa Casa é credenciada para o transplante hepático, no entanto, ainda não realizou.

A aposentada Roseli Marques é uma das pacientes que realizaram o transplante na cidade. “Eu descobri, quase que por acaso, uma doença renal. Fiquei dois anos fazendo hemodiálise, quando meu irmão percebeu meu sofrimento e ofereceu para doar um de seus rins. Hoje tenho uma vida natural, posso viajar. Claro que continuo tomando remédios e realizando acompanhamento. Meu sentimento é de gratidão com meu irmão. E destaco ainda que a pessoa que doa, continua tendo uma vida normal”, salientou.

ESPERA POR DOADORES

Um problema que preocupa o MS é a fila de espera. Cerca de 41 mil pessoas aguardavam por um transplante em 2016. A maioria, de rim (24.914). João Batista espera por um transplante há 21 anos e mantém viva a esperança. “Ano passado fui chamado quatro vezes, porém, não consegui fazer. Faço hemodiálise, pois meu rim parou de funcionar. Enfim, tenho que esperar. Na hora que vier, tem que ser essa. Não posso me desesperar”, finalizou.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.