Ministro afirma que homem pode trabalhar mais caso mulher se aposente com menos tempo

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nessa quarta-feira, 8, que reduzir a idade de aposentadoria das mulheres proposta pelo governo pode tornar a reforma da Previdência inócua ou fazer com que os homens tenham que trabalhar por mais tempo. A declaração foi dada pelo ministro depois de reunião com a bancada do PRB na Câmara dos Deputados.

Na proposta do governo enviada ao Congresso, homens e mulheres vão passar a se aposentar aos 65 anos. Atualmente, não há uma idade mínima para o trabalhador se aposentar. Pelas regras em vigor, é possível pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição, no caso das mulheres, e 35 anos no caso dos homens.

Segundo o ministro, se a idade de aposentadoria das mulheres for reduzida para 60 anos, os homens teriam que trabalhar até os 71 anos para compensar. Meirelles disse que, quando os deputados ouvem essa explicação, ficam perplexos. “Só se pensa na vantagem, não se pensa no custo”. Meirelles acrescentou que mais da metade da população brasileira é formada por mulheres.

O ministro argumentou ainda que a Constituição de 1988 já estabelece aposentadoria aos 65 anos para os homens ou 35 anos de contribuição. “Isso em 1988, quando a média de vida dos brasileiros era menor. Portanto, não há razão para alterar isso ou tentar diminuir porque a expectativa de vida dos brasileiros aumenta e o tempo de vida depois da aposentadoria também está aumentando gradualmente. Este é o quadro que estamos discutindo. Como assegurar que os brasileiros de fato recebam a sua aposentadoria com tranquilidade”, disse.

O ministro também afirmou que, se for feita uma regra de transição abrangendo os mais novos, como quem tem hoje 40 anos, levaria os mais velhos a trabalharem por mais tempo. De acordo com a proposta do governo, haverá uma regra de transição para quem está perto da aposentadoria. Homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 anos de idade ou mais poderão aposentar-se com regras diferenciadas.

“O problema da escadinha é que não pode ser só pra baixo. Tem que ser para baixo e para cima. Se começar aos 40, tem que continuar depois dos 50. Aqueles que estiverem muito próximos da aposentadoria, seriam penalizados para beneficiar aqueles mais jovens”, argumentou.

Fonte: Agência Brasil




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