Os americanos têm algumas paixões; uma delas, sem sombra de dúvidas, é o esporte. Essa “ligação” está presente no cotidiano deles já na infância, por meio dos pais (que digamos, podem ser bem fanáticos) e, também, das atividades físicas em que eles são inseridos ainda crianças. É comum ver os pequenos deslizando nas pistas de patinação de gelo com muito mais habilidade que eu, que mais pareço uma girafa recém-nascida. Está no DNA deles.

Em qualquer bar ou restaurante em que se vá, há telas exibindo os mais variados jogos. Estive jogando sinuca outro dia e no local havia pelo menos umas 15 televisões, exibindo futebol americano, basquete, hóquei no gelo e beisebol, os mais comuns no país. Mas ainda é possível acompanhar partidas de lacrosse, wrestling, tênis, golfe, futebol tradicional, entre outros. Meu sobrinho mais velho, inclusive, pratica wrestling e é um arraso! Quando vou em alguma disputa, dou uma de tia babona e o mato de vergonha.

O negócio é tão levado a sério que há produtos para todos os gostos à venda. Já vi clássicos como camisas, bonés e chaveiros e outros não tão comuns como escova de dentes e bola de decoração natalina dos times. Chego até a imaginar os pedidos que chegam ao Bom Velhinho: “Papai Noel, permita que meu time seja o campeão da Super Bowl, tenho sido um menino tão bom neste ano…”.

E falando em Super Bowl, a final foi na última semana e diga-se de passagem, mostrou o tamanho da paixão americana. O evento é tido como uma “final de Copa do Mundo”, com direito a estabelecimentos comerciais fechados. Estou em Massachusetts e o New England Patriots, time de futebol americano do estado, era um dos finalistas, contra o Atlanta Falcons, da Geórgia. Aqui em casa, havia nada menos que 18 pessoas distribuídas na sala, se esgueirando para poder acompanhar cada lance. Família reunida, cerveja rolando, muita comida, palavrões e reclamações aos montes. Sobrou gordices até para a nossa mascote, uma cadelinha golden retriever, a 19ª integrante da festa.

A partida, que mexeu com os nervos de todo mundo, acabou com uma virada histórica dos Patriots, que chegaram a ver o rival abrir 25 pontos de diferença. Nem sei dizer se estava mais concentrada nos lances, nos comerciais mais caros do mundo(manteiga que sou, chorei como da Hyundai) ou no Tom Brady, que teve uma atuação espetacular na recuperação do time. Os jogadores poderiam ter poupado minha voz e unhas, mas tinha que ser na emoção.

Fui em um jogo do Boston Bruins, time de hóquei no gelo, e a energia foi a mesma. Pais com seus filhos que mal cabiam nas camisas do time, casais animados com seus imensos copos de cerveja e muita ação dentro e fora da pista de patinação. Em cada gol, a algazarra era generalizada, principalmente porque o time da casa ganhou. E não é por nada, mas posso dizer que sou “pé quente”. Em Portugal, meu time de coração, o Benfica, foi o campeão nacional e a seleção portuguesa levou o Campeonato Europeu de Futebol sobre a França. No Brasil, meus amados meninos do vôlei, contrariando as expectativas, conquistaram a medalha de Ouro nas Olimpíadas e, por aqui, os Patriots levaram a Super Bowl. Quem sabe algum país não se empolga e me convida para passear e torcer para algum time este ano? Vai que rola? Até a próxima.




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