Indústria de meias fecha 2016 com retração de 6% em Juiz de Fora

2016 chegou ao fim, e por incrível que pareça, a indústria de meias comemorou. Comparado a 2015, quando apresentou uma taxa de retração de 10%, no ano que terminou recentemente a contração ficou na casa dos 6%. Além disso, apesar das inúmeras demissões e achatamento das margens, nenhuma empresa associada ao Sindicato das Industrias de Meias de Juiz de Fora saiu do mercado, o que no cenário atual é algo positivo.

De acordo com o presidente do Sindimeias-JF, Tadeu Monteiro, o ano foi “menos pior”. Apesar de ser complicado analisar nosso o setor de forma municipal, uma vez que praticamente a maioria das vendas são em âmbito nacional, os empresários, bem como toda a cadeia da indústria, sofreram com a instabilidade política e econômica. “Mesmo com a chegada de Michel Temer ao governo, o que trouxe uma melhora de perspectiva por parte dos empresários, sabemos que em economia e mercado, a melhora de ânimo demora a tornar-se aumento de produção, mais empregos e renda”, pondera.

A queda do emprego fez com que a oferta e qualidade da mão de obra tivesse uma pequena melhora. “Claro que se compararmos o nível de produtividade de nossos colaboradores com os de outros países, ainda estamos muito distantes do razoável, mas isso é um problema que só resolveremos com educação e mudança de pensamento de alguns políticos, o que tenho visto caminhar, apesar de em uma velocidade muito menor do que precisamos”, explica Tadeu. Ainda assim, o presidente do sindicato critica a infraestrutura da cidade, que está cheia de buracos, com uma energia de péssima qualidade e carente de bons profissionais: “Quando digo bons profissionais, não me refiro apenas a parte técnica, mas também e principalmente a parte do trato. Infelizmente venderam aos funcionários a ilusão de que sem eles nada acontece, sim é verdade, mas sem as empresas para contratá-los, também nada acontece, ou seja, o correto seria terem vendido que eles são parte importantes de uma engrenagem e não o pino de sustentação como o fizeram”.

Para 2017, Monteiro está esperançoso: “Se o governo conseguir avançar nas reformas necessárias, como a da previdência, a trabalhista e principalmente a política, 2017 poderá servir de base para iniciarmos uma construção mais sólida e que nos leve a um crescimento e principalmente a um desenvolvimento sustentável nos anos que virão”.

As ações do Sindimeias-JF para o ano vão, como de costume, se pautar em fazer da entidade um facilitador das empresas na busca por melhorias. “Em 2016 iniciamos um processo que visa preparar as indústrias para que tenham condições de atenderem as demandas globais, uma vez que o câmbio encontrava-se e encontra-se bastante favorável a exportação. Entretanto, esse mesmo câmbio fez com que as grandes varejistas se voltassem novamente ao mercado interno, o que contribuiu mas não foi suficiente para que nosso resultado fosse positivo”, esclarece Tadeu.

O presidente do Centro Industrial de Juiz de Fora, Leomar Delgado, chama a atenção para tal processo de estruturação das empresas para que estejam aptas a exportar, tornando as indústrias cada vez mais competitivas e comprometidas com a sociedade: “Ele já está em andamento e com avanços significativos, uma vez que as melhorias implantadas ajudam no controle e redução de custos para as indústrias, o que no cenário atual com aumentos de custos e impossibilidade de repasse aos preços, acaba amenizando as perdas”.

Fonte:Convergente Comunicação




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