Nos meandros da genética moderna abre-se um panorama que desafia de forma crítica a tradicional visão darwinista de aperfeiçoamento das espécies por meio de mutações vantajosas seguido de seleção natural.
Pesquisas desenvolvidas por professores da Universidade de Lehigh (EUA) apresentam dados contundentes de que a imensa maioria das mutações genéticas ocorridas em espécies animais são deletérias. Ou seja, ao invés de encontrarmos evidências convincentes de mutações que proporcionem ganho funcional às linhagens biológicas (pressuposto para verificação empírica dos mecanismos de evolução), o que a investigação revela é um padrão que aponta predominantemente para mutações deletérias, ou seja, alterações genéticas que degradam ou prejudicam a funcionalidade, não a expandem.
Uma análise em profundidade desse padrão força a reconsideração do modelo clássico de evolução darwiniana e propõe que os seres vivos não se diferenciam por mutações genéticas, no sentido ascendente em nível de complexidade, visto que as mutações efetivamente catalogadas mostram uma tendência diametralmente oposta.
Por exemplo, no caso dos hominídeos, cada indivíduo transporta várias mutações de aminoácidos que alteram proteínas. Estimou-se algo como 4,2 alterações desse tipo por genoma diploide por geração na linhagem humana após a suposta separação dos chimpanzés; dessas, pelo menos cerca de 38% teriam sido eliminadas pela seleção natural, o que implica mais de 1,6 mutações deletérias novas por diploide por geração apenas em sequências codificadoras de proteínas. Tal carga mutacional elevada é próxima do limite tolerável para uma espécie com baixa taxa reprodutiva e indica que mutações deletérias leves podem acumular-se e fixar-se em linhagens humanas.
Adicionalmente, estudos em grande escala encontram que em cada genoma humano há centenas de mutações identificadas como provavelmente deletérias. Por exemplo, entre 796 e 837 mutações por indivíduo em três genomas humanos analisados com métodos comparativos.
Também se mostra que nas populações humanas existem frações significativas de variantes de aminoácidos não sinônimos que são prejudiciais (por exemplo até ~53% das variantes nSNP raras podem ser deletérias). Ainda mais: regiões do genoma humano ligadas ao sistema imunológico (região do MHC/HLA) mostram uma frequência elevada de variantes codificantes presumivelmente deletérias em genes vizinhos, o que revela um custo indireto da diversidade mantida por seleção equilibrada.
Esses dados confrontam diretamente a expectativa darwinista de encontrar mutações que agregam novas funções e impulsionam complexificação biológica. A pesquisa empírica apresenta um panorama completamente inverso: as mutações com efeito positivo são raríssimas, enquanto as que degradam, seja levemente ou acentuadamente, são abundantes.
Em outras palavras, o patrimônio genético das espécies, incluindo da espécie humana, parece estar sujeito a uma tendência de erosão, não de aprimoramento contínuo. Essa observação é congruente com a lógica teórica de que mutações aleatórias têm muito mais probabilidade de degradar sistemas altamente integrados (como proteínas, redes genéticas, organismos multicelulares) do que de construir novas funcionalidades bem ajustadas. Além disso, notório é que muitos dos experimentos em microrganismos ou em culturas laboratoriais documentados pelo Dr Michael Behe e outros pesquisadores apontam que as adaptações observadas tendem a envolver mutações de perda de função ou simplificação funcional, não o surgimento de nova funcionalidade complexa.
Diante disso, a conclusão que se impõe é a de que a dinâmica genética recente contraria a proposta darwiniana clássica que sugeria, sem verificação empírica, a existência de determinados mecanismos mutacionais agregadores capazes de agir como força ascendente gerando progresso biológico ilimitado: ao invés disso, as investigações revelam que as espécies estão experimentando uma trajetória de decaimento funcional.
Como sustentar a teoria da evolução darwinista frente à constatação de que suas inferências teóricas não são verificadas na dinâmica real da vida?