Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o aniversário de 172 anos da Câmara Municipal de Juiz de Fora, foi marcado pela instalação do 4º painel do projeto “Trilhas da Liberdade – Murais cerâmicos celebram a democracia nos 61 anos do golpe militar”. A sede do Palácio Barbosa Lima recebeu na manhã desta quarta-feira, 9, o painel artístico “Liberdade ainda que tardia” de Vítória Bicalho. A iniciativa é uma parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe), através de emenda parlamentar da vereadora Laiz Perrut, com o apoio na organização do “Grupo de Trabalho – 61 Anos do Golpe” integrado pela UFJF, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)/JF, Comissão Municipal da Verdade, Família Riani, além da PJF.
A solenidade contou com a presença de ex-vereadores da Casa. Também foram homenageados Peralva de Miranda Delgado, Nery de Mendonça, Francisco Afonso Pinheiro e Jair Reihn que foram eleitos democraticamente pelo povo e cassados pela ditadura, além de Lindolfo Hill que teve o mandato cassado após o Governo Eurico Gaspar Dutra determinar o encerramento das atividades do “Partidão”.
A prefeita Margarida Salomão destacou que a cidade deve se orgulhar de ter restituído o mandato dos vereadores cassados e enfatizou a importância do Estado de Direito. “O Parlamento é a sede da liberdade, que não pode, em nenhum momento, ser invadido. Quem o desrespeita, na verdade, desrespeita as condições primárias de vivência. A democracia quando nos falta é como se o ar também nos faltasse. Todos os avanços sociais, como por exemplo a conquista do tempo de repouso dos trabalhadores, uma dura luta que se travou e que foi vencida no início do século XX, quando foram criadas as 44 horas de trabalho com direito à folga semanal, deve-se ao Estado Democrático. Por isso, todos nós que temos mandato político ou já tivemos, precisamos ter como compromisso prioritário a defesa da Constituição e do Estado de lei, para que nós possamos, como sociedade, evoluir em direção a um futuro mais pacífico, mais justo e mais próximo”.
O secretário especial de Direitos Humanos, Biel Rocha, lembrou dos outros painéis instalados na Praça Antônio Carlos (em frente a antiga auditoria militar), no Conservatório Estadual de Música Haideé França Americano (Rua Batista de Oliveira, 377, Centro) e no prédio do antigo DCE (Avenida Getúlio Vargas esquina com Rua Floriano Peixoto). Ele ainda reforçou que o ato é mais que uma homenagem. “É uma reparação em forma de arte de que a liberdade mesmo que tardia, vence. Agora, nesta parede, com esta arte, sussurramos ao futuro que nenhum golpe apaga o povo e nenhum silêncio dura para sempre. Viva a democracia”.
O presidente da Câmara Municipal, José Márcio-Garotinho, também enfatizou que o primeiro compromisso de uma Casa Legislativa é com a democracia. “Reafirmamos o compromisso com a liberdade, a justiça e na construção de uma cidade mais consciente e participativa”.
Após a instalação do painel no saguão do Palácio Barbosa Lima, o presidente do Legislativo, anunciou o avanço pela preservação da memória com a digitalização das atas das Reuniões Ordinárias e Extraordinárias de janeiro de 1950 a dezembro de 2002.
São mais de 21 mil páginas manuscritas que agora estão preservadas e com acesso ao público. Além disso, o acervo de livros reeditados e digitalizados pela Câmara será ampliado com a inclusão de mais títulos. “As reedições de Juiz de Fora imperial”, “Arquitetura eclética”, “Arquitetura moderna e Arquitetura art déco”, os quatro de Antônio Carlos Duarte; “Ruas de Juiz de Fora”, editado pela Funalfa; “Aspectos da Vida Rural de JF”, de José Procópio Filho; “Posturas da Câmara Municipal da Villa de Santo Antonio do Parahybuna”, de 1853; Município de Juiz de Fora – Sinopse Estatística, do IBGE são os novos volumes. A obra História de Juiz de Fora, de Paulino Oliveira, também foi atualizada.