Sobre a origem da vida, duas teorias se opõem: da biogênese e da abiogênese.
A abiogênese é uma perspectiva teórica que afirma que a vida surgiu a partir de substâncias não vivas. No passado, essa foi a ideia estabelecida. Uma imagem que ilustra o que se acreditava é a de que os vermes e insetos poderiam aparecer espontaneamente da carne em decomposição. Experimentos, no entanto, colocaram essa teoria em xeque ao demonstrar que todos organismos conhecidos são originários de formas de vida; no caso do exemplo acima, o aparecimento de insetos na carne resultam do fato dos próprios insetos depositarem seus ovos ali.
Coube a Louis Pasteur demonstrar empiricamente que microrganismos aparecem a partir de outros organismos.
Os experimentos de Pasteur fundamentaram a teoria da biogênese. O cientista utilizou frascos de caldo nutritivo, que forneciam um ambiente propício para o crescimento de microrganismos. Ao deixar esses frascos abertos, ele observou que, quando expostos ao ar, surgiam bactérias. No entanto, quando os frascos estavam fechados, não havia crescimento de microrganismos. Esse resultado conclusivo provou que a contaminação do ar era a responsável pela aparição de seres vivos, provando que a vida não se origina do meio não vivo.
Os experimentos de Pasteur tiveram um impacto significativo na ciência e na medicina. A confirmação da biogênese levou ao desenvolvimento de práticas de higiene e conservação de alimentos, reduzindo a proliferação de doenças. Seu trabalho também pavimentou o caminho para a microbiologia moderna, permitindo que outros cientistas estudassem e compreendessem melhor os microrganismos e suas interações com o meio ambiente.
A biogênese também tem implicações filosóficas e éticas. A ideia de que a vida origina vida se opõe frontalmente às concepções que atribuem sua origem a processos inorgânicos. Pois é neste campo que o evolucionismo se posiciona quando trata sobre o tema da origem.
Charles Darwin não desenvolveu diretamente uma concepção de abiogênese, mas seu legado seguiu este caminho. O próprio pai do evolucionismo especulou sobre o assunto em algumas correspondências pessoais. Ele imaginou que a vida poderia ter começado em “uma pequena poça morna”, onde produtos químicos poderiam ter se combinado em condições adequadas.
Como o evolucionismo não aceita qualquer perspectiva que escape à imanência, então resta-lhe explorar à exaustão a hipótese abiogênica. Empreendimento oposto às evidências reunidas até aqui.
Em vista dos fatos comprovados, fica o questionamento: como o evolucionismo permanece defendendo uma hipótese sem quaisquer evidências concretas que sustentem sua validade?
A resposta está em sua fragilidade ontológica. Como essa teoria rejeita a ideia de criação original, precisa substituir Deus por “outro algo”. Na ausência de qualquer processo natural verificável, opta-se em conjecturar. No caso da origem, trata-se de uma especulação que se choca frontalmente com os dados, contradizendo o legado científico acumulado.
O fato é que a ciência comprova que processos naturais não explicam a origem da vida; para obter essa explicação é preciso desarmar a mente e levar em consideração a hipótese de que tenha sido um ato sobrenatural.