“Memória viva”: Histórias contadas por antigos moradores da cidade valorizam a pessoa idosa

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), histórias que se entrelaçam em uma grande rede construída por retalhos que, costurados, ajudam a resgatar o passado de Juiz de Fora. Assim foi um resumo do que pôde ser registrado nesta quarta-feira, 4, no Calçadão da Rua Halfeld, no projeto “Memória Viva”, realizado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por intermédio da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH). A ação piloto consistiu na escuta de histórias que contribuíram e contribuem com a memória da cidade, e teve a função de marcar o Dia Internacional da Pessoa Idosa, comemorado no dia 1º de outubro.

Diversos idosos prestigiaram a tenda montada em frente ao Cine-Theatro Central, com a presença de servidores prontos para ouvir as curiosidades. Foram colhidas histórias de vida, depoimentos sobre fatos e acontecimentos, na perspectiva dos olhares e das vivências das pessoas idosas moradoras do município, que colaboraram com fragmentos de histórias não escritas.

O professor aposentado José Maurício da Rocha relembrou épocas antigas, demonstrando como o estudo sempre foi sua linha mestra. Aluno de escolas que hoje já não existem mais, ele afirma que conhece Juiz de Fora na palma da mão. “Fiz o antigo infantil em 1943, no Colégio Infantil Mariano Procópio, que ficava na Praça dos Três Poderes. Depois fui para o Grupo São Mateus, onde fiquei até os 11 anos de idade, e, em seguida, frequentei o Ginásio Rio Branco, na esquina da Rua Floriano Peixoto com a Avenida Rio Branco, onde eu era semi-interno, ficando lá das 7h às 17h, indo embora para casa de bonde. Parti para o Ginásio Bicalho, também em São Mateus, onde cursei o ginásio (hoje, anos finais do ensino fundamental). Fiz faculdade de odontologia e trabalhei como professor a partir de março de 1964, encerrando a função em 2010”, lembrou com empolgação.

Neuza Maria, artista plástica, veio de Argirita para Juiz de Fora, se misturando aos juiz-foranos e se tornando conhecida pelo seu trabalho como pintora e artista de rua. “Em Argirita, não tinha perspectiva de trabalho, então, aos meus 12 ou 13 anos, peguei uma carona e vim para cá. Os universitários, na época, me apoiaram e incentivaram muito. Aqui me tornei conhecida, fiz muito artesanato, pintei e desenhei demais. Gosto muito da cidade e me mantive aqui através da arte”, contou.

Coordenando a ação, a assessora de Políticas Públicas para Idosos, Maria Cristina Alves Pereiradestacou que a proposta da SEDH propõe valorizar a pessoa idosa para que ela tenha o envelhecimento ativo estimulado, restabelecendo sua relação com a sociedade e contribuindo para a recuperação do seu lugar enquanto cidadãos. “Temos a intenção de compilar as histórias em um e-book e, futuramente, fazer uma memória viva digital para que todos tenham acesso”, planeja.

A iniciativa da SEDH provém de exemplos anteriormente executados em outros lugares e em diversos formatos. Esta proposta está ancorada nos arranjos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e outras orientações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o envelhecimento, que estimulam promover iniciativas por meio das quais as pessoas idosas possam ser e sentir-se mais integradas à sociedade e ao seu território em transformação.

A mesma ação acontecerá novamente na próxima semana, dia 11, das 9h às 16h, na praça do Bairro Benfica.




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