Ao ler atentamente as Cartas de Paulo às primeiras igrejas que se espalhavam pela porção oeste do Império Romano, percebemos que cada qual enfrentava determinados dilemas que eram singulares, próprios de cada qual.

Na Igreja de Tessalônica, por exemplo, verificamos que o apóstolo estava preocupado com o ócio de alguns membros. Por algum motivo, naquela igreja havia pessoas que não gostavam de trabalhar.

Para combater esse vício, Paulo lega algumas instruções que, sendo inspiradas pelo Espírito Santo, valem também para qualquer pessoa que tenha esse mesmo tipo de resistência ou desânimo para laborar.

Primeiro ele chama a atenção para o seu exemplo. Quando esteve na cidade de Tessalônica, o apóstolo não ficou às custas dos outros e, além de cumprir o propósito que o levou ali, que era pregar, também seguia uma jornada de trabalho habitual:

“Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamente e não conforme a tradição que receberam de nós. Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Pelo contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês” (2 Tessalonicenses 3: 6-9)

Da mesma maneira que Paulo, também devemos dar o mesmo exemplo para as outras pessoas:

“Irmãos, certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia para não sermos pesados a ninguém, enquanto lhes pregávamos o evangelho de Deus” (1 Tessalonicenses 2: 9).

O trabalho dignifica o indivíduo, pois o torna materialmente independente. Dignifica não apenas para si mesmo, sendo também um bom testemunho para as demais pessoas: “a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém” (1 Tessalonicenses 4: 12)

A vida material  tranquila requer antes que se imprima um certo esforço e cada qual deve cuidar dos próprios negócios, sem ficar prestando atenção nos alheios: “Esforcem-se para ter uma vida tranqüila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos” (1 Tessalonicenses 4: 11).

Pois o ócio deixa o tempo livre para a prática de atos reprováveis: “Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia” (2 Tessalonicenses 3: 11).

Quem não é ocioso, advirta quem é, para que saiba que a vida útil também é parte do plano de Deus para cada um: “Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos” (1 Tessalonicenses 5: 14a).

E que tal pessoa seja reabilitada no trabalho honesto e frutificante: “A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3: 12).

Porzm, quem insistir em viver ociosamente, acabará sofrendo em si mesma as consequências de sua escolha: “Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2 Tessalonicenses 3: 10).




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