O judô brasileiro teve mais um dia dourado em Tashkent, no Mundial disputado no Uzbequistão. Após uma campanha espetacular, Mayra Aguiar (78kg) derrotou a chinesa Zhenzhao Ma na grande final da categoria meio-pesado e garantiu o histórico título de tricampeã mundial. Feito inédito entre homens e mulheres do Brasil.

O resultado se junta ao ouro de Rafaela Silva (57kg) e ao bronze de Daniel Cargnin (73kg), conquistados no sábado (08), e coloca o Brasil na segunda posição do quadro geral de medalhas. Os três medalhistas são contemplados com a Bolsa Atleta, sendo que Mayra e Daniel estão na categoria pódio, a mais alta do programa, enquanto Rafaela integra a nacional.

Mayra garantiu sua sétima medalha em Mundiais. A gaúcha também foi campeã mundial em Cheliabinsk, na Rússia, em 2014, e em Budapeste, na Hungria, em 2017. Ela tem ainda uma prata em Tóquio 2010 e três bronzes em Paris 2011, Rio de Janeiro 2013 e Tóquio 2019. No currículo, a judoca coleciona ainda três bronzes olímpicos nos Jogos Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020.

Campanha

Atual número 6 do mundo, Mayra chegou ao Mundial determinada e fez uma estreia segura, com vitória nas punições sobre a croata Petrunjela Pavic.

Na segunda rodada, ela se soltou um pouco mais e projetou a cazaque Aruna Jangeldina por ippon. Os combates iniciais pareciam ser um aquecimento para o grande desafio com a japonesa Hamada Shori, nas quartas de final.

E, após uma vitória memorável sobre a atual campeã olímpica, a brasileira foi com confiança à semifinal da categoria meio-pesado e bateu a alemã Alina Boehm, atual campeã europeia, para buscar seu terceiro título mundial.

A chinesa Ma, por outro lado, chegou à decisão batendo Emma Reid (GBR), Yoon (KOR), Beata Pacut-Kloczko (POL) e Yelyzaveta Lytvynenko (UKR).

Na decisão, Mayra conseguiu um wazari sobre Ma ainda no começo da luta. Seguiu no combate, administrou a vantagem e as punições até o cronômetro zerar.

Bolsa Atleta

O edital de 2022 do Bolsa Atleta passa a contar com 6.773 contemplados (incluindo todas as categorias, inclusive a Pódio), a partir de um investimento anual de R$ 120,2 milhões.

Nesse total, são 4.970 atletas olímpicos e 1.803 paralímpicos. Na divisão por gênero, há 3.775 homens e 2.998 mulheres. São 292 integrantes da categoria Base, 241 na Estudantil, 4.792 na Nacional, 847 na Internacional, 244 na Olímpica/Paralímpica e 357 na Pódio.

Os repasses mensais da Bolsa Atleta variam entre R$ 370 e R$ 3.100, de acordo com a categoria.  Na Pódio, a principal do programa, voltada a atletas posicionados entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades e com maior potencial de destaque em competições internacionais, os valores vão de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com os resultados apresentados.

Relevância comprovada

A abrangência e relevância do Bolsa Atleta pode ser medida pelos resultados nas principais competições. Nos Jogos de Tóquio, por exemplo, 80% dos integrantes da delegação olímpica e 95% da paralímpica eram bolsistas.

Nos Jogos Olímpicos, o país conquistou 21 medalhas (sete ouros, seis pratas e oito bronzes), em 13 modalidades. O resultado significou a 12ª colocação no quadro de medalhas. Em 19 dos 21 pódios (90,45%), os atletas recebiam a Bolsa Atleta. As exceções foram o futebol masculino, que não integra o programa, e a prata de Rayssa Machado, no skate.

A “Fadinha” só não fazia parte do programa porque ainda não tinha a idade mínima determinada pela legislação: 14 anos. Ela passou a figurar na lista da Bolsa Pódio em fevereiro de 2022.

Nas Paralimpíadas, foram 72 medalhas (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes) conquistadas, o que rendeu a sétima posição no quadro de medalhas ao Brasil. Os bolsistas representaram 68 dos 72 pódios conquistados: 94,4% do total.

Fonte: Rededoesporte, com informações do COB e CBJ




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