Paixão de Cristo, Amor por nós

Nos momentos que precederam a crucificação, Jesus levou alguns de seus discípulos ao Monte das Oliveiras para orar no Jardim de Getsêmani.

Cristo já sabia do sofrimento que haveria de enfrentar e orou tão intensamente que transpirou gotas de sangue: “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (Lucas 22: 44).

Ele estava angustiado pela imagem da Cruz, afinal, mesmo sendo parte de Deus, aqui na Terra, era um ser humano sujeito a tudo o que qualquer outro está sujeito, fome, frio, cansaço, e, sobretudo, dor.

Naquela oração Cristo disse: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22: 42).

Jamais saberemos quais revelações passaram pela mente de Jesus no intervalo que sucedeu o ponto e vírgula que põe pausa à sua súplica “passa de mim este cálice;”.

Podemos especular que, talvez, naquele instante, Deus o fizesse recordar de tudo o que a humanidade havia passado desde a transgressão de Adão até aquele instante. Quantas tragédias, mortes, violência e maldade. Talvez, quem sabe, Deus mostrou as imagens da perdição a qual a humanidade estava fadada e de quanta maldade ainda sobreviria sobre este planeta caso o Cristo não completasse sua missão redentora.

Pode ser que o Espírito Santo estivesse a sussurrar aos seus ouvidos relembrando-o da missão traçada pelo Pai desde antes da fundação do mundo, quando, na Eternidade, as três partes de Deus, o Pai, o Filho e o Espírito, tomaram a decisão de salvar a espécie humana do lamaçal de pecado ao qual ela própria se atolou.

Ou talvez Cristo tenha olhado para o seu próprio coração e, em meio àquela angústia, reexaminou seus sentimentos percebendo que o amor pela criatura é maior do que o suplício que haveria de passar.

Possivelmente, no momento em que concluiu a primeira parte da sentença, logo que falou a palavra “cálice”, veio a sua mente o quanto era necessário que ele se entregasse em sacrifício para expiação dos nossos pecados. Provavelmente, vasculhando em si, retomou em instantes a consciência de sua colossal responsabilidade.

Então, mesmo angustiado e ciente de tudo o que estava para padecer, completou a sentença: “todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua”.

Jesus é o exemplo de obediência e de supremo amor, mesmo sabendo da extrema dor, não se desviou de seu propósito.

Daqui se verificam, pelo menos, duas lições importantes:

(1) a mesma confiança e obediência que Jesus demonstrou ter em Deus e Seus desígnios, é aquela que a fé deve produzir em nós;

(2) jamais esquecer da angústia e da dor que Cristo sentiu para nos salvar.




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