Governador participa do lançamento do programa ”O Modernismo em Minas Gerais”

O governador Romeu Zema participou, nesta segunda-feira (14/3), da solenidade de lançamento do programa ”O Modernismo em Minas Gerais”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

O programa é uma parceria inédita entre a Fundação Clóvis Salgado (FCS), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e a Appa Arte e Cultura para celebrar o centenário do modernismo brasileiro, representado pela Semana de Arte Moderna de 1922, com destaque para o núcleo modernista de Minas Gerais.

A iniciativa é viabilizada com recursos do Fundo Especial do Ministério Público (Funemp), totalizando R$ 2,4 milhões.

A Fundação Clóvis Salgado preparou uma programação para todo ano de 2022 e que vai destacar a participação de Minas Gerais no modernismo, os principais nomes do estado, contribuições em nível nacional e consequências do movimento na cultura.

Entre os destaques da programação estão: Ciclo de debates, Saraus modernistas, Espetáculos musicais, Mostra de Cinema, lançamento de longa-metragem documental, Espetáculo de dança, Concertos Sinfônicos, Mostra Fotográfica, Espetáculo Teatral e Publicações. As atividades acontecerão no Palácio das Artes e de forma virtual.

Romper paradigmas

Durante pronunciamento, o governador Romeu Zema afirmou que o Modernismo nos ensinou que, em alguns momentos, é preciso romper com as tradições, porém sem esquecer as nossas origens.

“É isso que estamos fazendo na nossa gestão à frente do Governo do Estado. Proporcionando uma maneira diferente de enxergar o poder público e fazer políticas públicas, mas sem desrespeitar os processos que foram duramente desenvolvidos ao longo de décadas. Assim como os Modernistas, estamos quebrando paradigmas para avançarmos”, explicou.

De acordo com Zema, o estado que preserva a sua história e sua cultura é um estado que consegue enxergar melhor as oportunidades. “Não só no sentido de entender as tradições, mas principalmente como forma de avaliar se o que funcionou no passado ainda funciona no presente”, disse.

Barroco mineiro

A Semana de Arte Moderna de 1922 foi a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX.

Em visita a Ouro Preto, em 1919, Mario de Andrade se encantou com o Barroco Mineiro, por ser uma arte genuinamente brasileira. Nasceu daí a base conceitual do modernismo brasileiro e a Semana da Arte Moderna.

A pintora Zina Aita e o poeta Agenor Barbosa foram os únicos artistas mineiros a participar da Semana da Arte Moderna de São Paulo. Ambos se destacavam por apresentar uma nova forma de ver o mundo.

Fonte inesgotável

Para a presidente da FCS, Eliane Parreiras, a celebração do centenário da Semana de Arte Moderna é uma rara oportunidade de se lançar um olhar sobre as influências, potências e o desdobramento do Movimento Modernista a partir de uma perspectiva contemporânea.

“O Modernismo, como trajetória histórica e cultural, é fonte rica e inesgotável. Ele deve ser vivenciado, revistado, apreciado e preservado. A influência de Minas Gerais nesse movimento apresenta traços únicos da nossa realidade e provocou inúmeros desdobramentos”, afirmou.

Segundo o procurador-geral de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior, a parceria junto à FCS demonstra que o MPMG é um autêntico agente de transformação social preocupado com valores sociais e culturais, atuando junto à sociedade civil para promoção da cultura mineira.

Jarbas Soares Junior afirmou ainda que o Funemp está aberto a outras iniciativas culturais.

Legado

Em 1924, os principais expoentes do modernismo nacional desembarcaram em Belo Horizonte, e encontraram uma jovem capital que vivia uma efervescência cultural proporcionada por uma geração diferenciada e incomodada com as grandes transformações sociais e urbanas.

Nas décadas seguintes, as grandes transformações de Belo Horizonte seriam estendidas para todo o Brasil, influenciando a cultura brasileira, culminando na construção da política educacional, cultural, do reconhecimento e preservação do patrimônio histórico e artístico nacional.

Outro legado foi a revolução no urbanismo e na arquitetura sintetizadas no Conjunto Moderno da Pampulha, na década de 1940, e na construção de Brasília, na década de 1960.

Fonte: Agência Minas




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