A última temporada do ciclo olímpico de Tóquio (Japão) foi quase perfeita para Felipe Bardi. O paulista de 23 anos terminou o ano como melhor velocista brasileiro e sul-americano (e 26º do mundo) dos 100 metros rasos pelo ranking da World Athletics, a federação internacional de atletismo. Além disso, foi campeão continental nos 100 e 200 metros e no revezamento 4x100m em Guayaquil (Equador), em maio.
“Meu ano foi muito bom, foi magnífico. Agradeço primeiramente a Deus. Fiz minhas melhores marcas nos 100 [10s10] e nos 200 metros [20s44]. Corri dez vezes na casa dos 10s10 a 10s15 [nos 100 metros] e realizei o meu sonho de disputar os Jogos Olímpicos pela primeira vez”, destacou Felipe à Agência Brasil.
O ano talvez só não tenha sido melhor porque na Olimpíada, em solo japonês, o paulista não avançou à semifinal dos 100 metros e à final do revezamento. Estrear nos Jogos, porém, já foi uma realização à parte, ainda mais após um ciclo difícil, marcado por lesões. A primeira, no púbis, em 2018, durante um estágio internacional de treinamento, que o deixou parado por cinco meses. Em 2019, uma contusão no posterior da coxa o fez pensar em parar. Sem ele, o Brasil foi campeão do Mundial de revezamentos, o que parecia colocá-lo para trás na briga por lugar em Tóquio.
A volta por cima começou em 2020, quando Felipe fez 10s03 nos 100 metros durante o Campeonato Paulista, em Bragança Paulista (SP). A marca, somente três centésimos acima do recorde nacional de Robson Caetano (que dura 30 anos), não foi homologada pela World Athletics para efeitos de ranking, pelo vento estar acima do limite de dois metros por segundo. Mas deu gás para devolvê-lo à disputa por vaga nos Jogos, deixando-o no patamar dos outros principais nomes do país na prova, Derick Silva e Paulo André Camilo. Ambos, inclusive, da mesma idade e geração do velocista.
“É muito gratificante ver essa nova geração do atletismo. Tem o pessoal da velocidade, o das barreiras também está muito bem, com o Alison [dos Santos, de 21 anos, medalhista de bronze nos 400 metros com barreiras na Olimpíada de Tóquio]. Costumo dizer que nossa geração é abençoada. Para [os Jogos de] Paris [França] está vindo mais gente”, avaliou Felipe.
A preparação para a Olimpíada em solo parisiense será mais curta que o habitual, já que devido à pandemia da covid-19, os Jogos de Tóquio ocorreram um ano mais tarde. O novo ciclo inicia com dois campeonatos Mundiais de Atletismo: o Indoor (pista coberta), entre 18 e 20 de março, em Belgrado (Sérvia), e o “convencional”, de 15 a 24 de julho de 2022, em Eugene (Estados Unidos).
“Costumo falar que são dois anos [de preparação], 2022 e 2023. Em 2024, você tem que estar pronto, faltando só lapidar. Em 2023, tem mais um Mundial [entre 19 e 27 de agosto, na capital húngara Budapeste]. Vou trabalhar para chegar bem nessas competições e ainda melhor nos Jogos”, concluiu o velocista.
Fonte: Agência Brasil